Réplica do estômago desenvolvida em laboratório inclui músculos, células nervosas que controlam a contração do tecido do estômago e tecido contendo glândulas ácidas
Cientistas criaram um mini estômago1 sofisticado, completo com nervos que coordenam a contração muscular e glândulas2 que produzem ácido, dando esperança de que esses “organoides” possam um dia ser usados para reparar tratos gastrointestinais danificados.
Esses organoides estomacais, os mais complexos desenvolvidos até hoje, são feitos com células3 de três camadas encontradas em embriões em desenvolvimento.
A descoberta foi publicada na revista Cell Stem Cell, e o artigo descreve como organoides gastrointestinais humanos funcionais podem ser desenvolvidos a partir de três camadas germinativas primárias derivadas separadamente de células-tronco4 pluripotentes.
Destaques
- Linhagens derivadas de células-tronco4 humanas se combinam para gerar organoides gástricos de múltiplas camadas
- Organoides gástricos de 3 camadas germinativas formam glândulas2 e músculo liso5 funcionalmente inervado
- Células3 da crista neural promovem o crescimento, a padronização e a morfogênese dos tecidos gástricos
- A engenharia de tecido6 de 3 camadas germinativas também gera organoides fúndicos e esofágicos complexos
Saiba mais sobre "Células-tronco4" e "Doenças degenerativas7".
Resumo
Os sistemas de modelos organoides humanos carecem de tipos celulares importantes que, no embrião, são incorporados aos tecidos do órgão durante o desenvolvimento.
Neste estudo, pesquisadores desenvolveram uma abordagem de montagem organoide começando com células3 das três camadas germinativas primárias – neuroglial entérica, mesenquimal8 e precursores epiteliais – que foram derivadas separadamente de células-tronco4 pluripotentes (CTPs) humanas.
A partir desses três tipos de células3, foi gerado tecido6 gástrico antral e fúndico humano contendo glândulas2 diferenciadas rodeadas por camadas de músculo liso5 contendo neurônios9 entéricos funcionais que controlavam as contrações do tecido6 antral projetado.
Usando este sistema experimental, mostrou-se que as células3 da crista neural entérica (CCNEs) humana promovem o desenvolvimento do mesênquima e a morfogênese glandular de organoides do estômago1 antral.
Além disso, as CCNEs podem agir diretamente no intestino anterior para promover um destino posterior, resultando em organoides com um fenótipo10 de glândula11 de Brunner.
Assim, os componentes da camada germinativa derivados separadamente de células-tronco4 pluripotentes podem ser usados para a engenharia de tecidos para gerar organoides humanos complexos.
Fontes:
Cell Stem Cell, publicação em 01 de dezembro de 2021.
Nature, notícia publicada em 09 de dezembro de 2021.