Uso excessivo de smartphone pode alargar o nervo mediano e prejudicar algumas funções das mãos
Um estudo, com publicação online no periódico Muscle Nerve, investigou o tendão1 do flexor longo do polegar (FLP) e o nervo mediano de usuários de smartphones, por ultrassonografia2, para avaliar os efeitos do uso desses dispositivos no estado clínico e funcional das mãos3.
102 alunos foram divididos em três grupos: não-usuários, aqueles que faziam uso excessivo desse dispositivo e aqueles que usavam pouco seu smartphone. Foram registrados os escores de pontuação na Smartphone Addiction Scale (SAS) e a força dos movimentos de pinça e de garra. Dor ao movimento e ao repouso do polegar e a função da mão4 foram avaliadas pela escala analógica visual (VAS) e pelo índice Duruöz Hand Index (DHI), respectivamente. As áreas de secção transversal (CSAs) do nervo mediano e do tendão1 do FLP foram calculadas bilateralmente usando ultrassonografia2. Foram encontradas CSAs significativamente mais largas no nervo mediano das mãos3 dominantes daqueles que usavam muito o seu smartphone do que aquelas observadas nas mãos3 não-dominantes (P<0,001). As pontuações na escala SAS correlacionaram-se com a VAS de dor ao movimento e ao repouso, com os escores do DHI e com a força do movimento de pinça (P<0,05; r=0,345, 0,272, 0,245 e 0,281, respectivamente).
Pessoas que fazem uso excessivo de smartphones em mensagens de texto e acessando a internet por tempo prolongado fazem movimentos repetitivos de flexão e extensão do punho e do dedo polegar, isso pode levar a um alargamento do nervo mediano, o que talvez prejudique algumas funções desempenhadas pelas mãos3. A relevância clínica exata dos resultados do estudo ainda não é conhecida. Futuros estudos ainda são necessários, mas mesmo assim, os jovens devem estar cientes dos possíveis riscos.
O presente estudo concluiu que o uso excessivo de smartphones aumenta as áreas de secção transversal do nervo mediano, causa dor no polegar e diminui a força do movimento de pinça e de outras funções da mão4.
Fonte: Muscle Nerve, publicação online, de 3 de junho de 2015