Sarampo está associado à perda de memória imunológica podendo predispor a infecções ao longo de até três anos após a doença
A imunossupressão1 após o sarampo2 é conhecida por predispor a infecções3 oportunistas por um período de várias semanas a meses. Recentemente um trabalho publicado pela revista Science mostra que na verdade este efeito sobre a memória imunológica pode se estender por um período de dois a três anos após a doença.
Usando dados populacionais dos Estados Unidos, Dinamarca e parte do Reino Unido, pesquisadores da Universidade de Princeton, nos EUA, mostraram que o sarampo2 tem um efeito mais prolongado sobre a resistência do hospedeiro podendo predispor quem já teve sarampo2 a outras infecções3 por um período que se estende por até três anos. Os pesquisadores acreditam que a mortalidade4 por doenças infecciosas diferentes do sarampo2 em países de alta renda está intimamente ligada à incidência5 de sarampo2. E concluíram que as sequelas6 imunológicas de longo prazo desta doença conduzem a flutuações interanuais em mortes que não tem o sarampo2 como causa. Isto é consistente com um trabalho experimental recente que atribui os efeitos imunossupressores de sarampo2 à depleção7 de linfócitos B e T.
Os dados do presente estudo fornecem uma explicação para os benefícios de longo prazo da vacinação contra o sarampo2 na prevenção de todas as causas de doenças infecciosas. Ao impedir o sarampo2, que está associado à perda de memória imunológica (o que os cientistas chamam de amnésia8 imunológica), a vacinação protege contra várias outras doenças microbianas.
Fonte: Science, volume 348, número 6235, de 8 de maio de 2015