Oklahoma Medical Research Foundation (OMRF): será que o DNA determina a felicidade?
O DNA determina características como a cor dos olhos1 e a nossa altura, bem como a susceptibilidade2 a determinadas doenças. Será que também influencia a felicidade? "Sim, pode influenciar, mas isso não é tudo que existe para ela", esta é a resposta do cientista da Oklahoma Medical Research Foundation (OMRF), Christopher Lessard, Ph.D.
Pesquisadores da Universidade de Edimburgo estudaram gêmeos fraternos e idênticos e descobriram que a genética é responsável por cerca de metade da nossa felicidade. Isso inclui características como ser descontraído, bem como a criação de produtos químicos no organismo usados para influenciar a felicidade, tais como endorfina, serotonina, dopamina3 e ocitocina4.
"Quando as pessoas falam sobre uma sensação de bem-estar natural", o que elas realmente querem dizer é que "há uma reação química do organismo para algo que elas fizeram", disse ele. "E, como tudo o mais que o corpo cria, também os produtos químicos e como responder a eles são influenciados pelo DNA."
Quase todas as células5 do corpo humano6 contém um núcleo que contém o ácido desoxirribonucleico ou DNA. As células5 acessam o DNA, é quase como ir a uma Intranet pessoal para encontrar instruções sobre como se comportar, quais proteínas7 criar e mesmo quando morrer.
"O DNA influencia traços como a nossa altura, mas isso é apenas parte da história", disse Lessard. "Nossos genes definem um leque de opções. Vários outros fatores, incluindo alimentação e meio ambiente, afetam o resultado final. O mesmo é verdadeiro para a felicidade."
Um estudo com mais de 2.500 norte-americanos realizado por pesquisadores em Londres reconheceu o gene 5-HTT, que afeta o fluxo de serotonina no corpo. Aqueles com uma versão mais longa do gene podem liberar e processar uma quantidade maior de serotonina do que aqueles com a variante mais curta. Como resultado, as pessoas com uma ou duas cópias longas do gene 5-HTT já relataram níveis mais elevados de satisfação global com a vida.
"Eu acho que a genética desempenha um papel em quase tudo", disse Lessard. "Dito isto, mesmo que alguns genes criem mais ou menos dos produtos químicos necessários para a felicidade, ainda temos um nível de controle. Algumas pessoas são geneticamente mais suscetíveis à diabetes8 ou à obesidade9, mas podem fazer escolhas que afetam o modo como os seus genes respondem."
O mesmo pode ser verdade para a felicidade, disse ele. Os sociólogos descobriram que as pessoas mais felizes tendem a ser aquelas que dormem tranquilamente, fazem exercícios físicos, são voluntários em causas pelas quais elas se apaixonam e encontram significado em seu trabalho.
"Nosso DNA pode definir o nosso espectro de felicidade, mas as decisões que tomamos determinam onde nós nos situamos neste espectro", disse Lessard. "Os genes 5-HTT longos só podem tornar este trabalho um pouco mais fácil."
Fonte: Oklahoma Medical Research Foundation (OMRF), de 20 de junho de 2014