Gêmeos "semi-idênticos": segundo caso descrito é publicado pelo NEJM
A gravidez1 múltipla sesquizigótica é um intermediário excepcional entre a geminação monozigótica e dizigótica. Artigo publicado pelo periódico The New England Journal of Medicine (NEJM) relata o segundo caso de gestação gemelar monocoriônica2 com discordância sexual fetal diagnosticado na Austrália em uma mãe de 28 anos de idade.
Este é o segundo caso de sesquizigose descrito, mas o primeiro caso a ser visto ainda durante a gestação, através de um exame de pré-natal de rotina. A ultrassonografia3 realizada com 6 semanas de gestação mostrou placenta única e o posicionamento das bolsas amnióticas indicava gêmeos idênticos, no entanto, a ultrassonografia3 realizada com 14 semanas de gestação mostrou discordância de sexo entre os gêmeos, um era do sexo masculino e outro era do sexo feminino, o que não é possível em casos de monozigose.
A genotipagem do líquido amniótico4 de cada saco amniótico mostrou que os gêmeos eram maternalmente idênticos, mas dividiam quimicamente 78% do genoma paterno, o que os coloca geneticamente entre monozigóticos (idênticos ou univitelinos) e dizigóticos (fraternos ou bivitelinos), sendo chamados de sesquizigóticos (semi-idênticos).
Não foram observadas evidências de sesquizigose em 968 pares de gêmeos dizigóticos que foram rastreados por meio da genotipagem de polimorfismo de nucleotídeo único5 do pangenoma6. Dados de repositórios publicados também mostram que a sesquizigose é um evento raro. A genotipagem detalhada implica quimerismo7, surgindo na junção da divisão zigótica, denominada heterogonia, como o provável passo inicial na causa da sesquizigose.
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Fonte: The New England Journal of Medicine (NEJM), em28 de fevereiro de 2019.