Falhas evitáveis em hospitais matam quase três brasileiros a cada cinco minutos
Todo dia, 829 brasileiros falecem em decorrência de condições adquiridas nos hospitais, o que equivale a três mortos a cada cinco minutos. Os dados estão no primeiro Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, do Instituto de Estudos de Saúde1 Suplementar (IESS) e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Para compararmos, o câncer2 mata 480 a 520 brasileiros por dia, segundo o Instituto Nacional de Câncer2 (INCA). Apenas as doenças cardiovasculares3, consideradas a principal causa de morte no mundo, matam mais pessoas no Brasil, são 950 brasileiros por dia, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
O falecimento de brasileiros em hospitais públicos ou privados como consequência de um “evento adverso” é resultado, por exemplo, de erros de dosagem ou aplicação de medicamentos, uso incorreto de equipamentos e infecção4 hospitalar, entre inúmeros outros casos. Não significa, necessariamente, que houve um erro, negligência5 ou baixa qualidade, mas trata-se de incidente6 que poderia ter sido evitado, na maior parte das vezes. Além do óbito7, os eventos adversos também podem gerar sequelas8 físicas e sofrimento psíquico, além de aumentar o tempo de permanência do paciente no hospital, elevando os custos geral e assistencial.
Esta situação não é exclusividade brasileira, ela retrata um contexto global de falhas da assistência à saúde1 nos diversos processos hospitalares. A diferença é que, no caso brasileiro, apesar dos esforços, há pouca transparência sobre essas informações e, sem clareza, fica difícil enfrentar o problema. É necessário mensurar o desempenho dos prestadores de serviços hospitalares, garantir a qualidade com indicadores claros e amplamente conhecidos e prover informações ao paciente, para que ele possa decidir, com base em evidências, a quem vai entregar os cuidados com a sua saúde1.
No mundo, de acordo com o documento, ocorrem anualmente 421 milhões de internações hospitalares e 42,7 milhões de eventos adversos, um problema de saúde1 pública reconhecido pela Organização Mundial da Saúde1 (OMS). Nos Estados Unidos, país com população de quase 325 milhões de pessoas, os eventos adversos causam 400 mil óbitos por ano, ou 1.096 por dia, o que faz com que esta seja a terceira causa de morte mais comum naquele país, atrás apenas de doenças cardiovasculares3 e do câncer2.
O Anuário aponta quais são os eventos adversos mais frequentes:
- As vítimas mais frequentes são pacientes com menos de 28 dias de vida ou mais de 60 anos.
- Infecções9 hospitalares respondem por 9,7% das ocorrências. As condições mais comuns são: lesão10 por pressão, infecção4 urinária associada ao uso de sonda vesical11, infecção4 de sítio cirúrgico, fraturas ou lesões12 decorrentes de quedas ou traumatismos dentro do hospital, trombose venosa profunda13 ou embolia14 pulmonar e infecções9 relacionadas ao uso de cateter venoso central.
Saiba mais sobre "Infecção4 hospitalar", "Infecção4 urinária", "Trombose15 venose profunda" e "Embolia14 pulmonar".
Fonte: Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 22 de novembro de 2017
Veja a reportagem completa:
A cada 5 minutos, três brasileiros morrem nos hospitais por falhas evitáveis
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Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil