Número de filhos está surgindo como fator de risco cardiovascular para ambos os pais, publicado pelo Circulation
Uma nova pesquisa publicada na revista Circulation mostra que gravidezes múltiplas aumentam o risco de uma mulher desenvolver fibrilação atrial (FA) mais tarde na vida. Os autores descrevem um aumento linear na FA com o número crescente de filhos, segundo a professora Regitz-Zagrosek. Ela diz que alguma explicação pode ser dada por fatores biológicos e socioculturais.
Um estudo de 0,5 milhão de chineses encontrou uma relação estatisticamente significativa em forma de J entre o número de filhos e o risco de doença cardíaca coronariana e acidente vascular cerebral1. Isto significa que o risco diminui com uma criança e depois aumenta com duas ou mais crianças. No presente estudo sobre a FA, uma relação em forma de J não foi estatisticamente significativa, mas isso pode ser porque tinha cerca de 34.000 mulheres participantes e isto é uma população relativamente pequena em comparação com o estudo chinês.
Saiba mais sobre "Infarto do Miocárdio2", "Acidente Vascular Cerebral1" e "Fibrilação atrial".
"O mais impressionante foi que o estudo chinês mostrou a mesma associação para mulheres e homens", disse a professora Regitz-Zagrosek. "Em outro estudo, foi demonstrada a mesma associação em forma de J entre o número de crianças e o risco de diabetes3 em mulheres e homens. (...) Os autores acreditam que os fatores socioeconômicos são a explicação", ela continuou. "Ter um filho é um fator de proteção porque os pais têm apoio social em idade avançada. Mas se eles têm um grande número de filhos, esse benefício desaparece porque aumenta a pressão econômica e social sobre os pais".
O número de crianças deve ser considerado um fator novo que pode influenciar o risco para algumas doenças cardiovasculares4 para mulheres e homens e deve ser incluído em bases de dados de pesquisa para ser investigado como um indicador de saúde5, acrescenta a professora Regitz-Zagrosek. Além disso, pesquisas adicionais devem investigar mecanismos biológicos e socioeconômicos para explicar a relação entre o número de crianças e o risco cardiovascular.
"Há evidências de que a gravidez6 leva a alterações que modificam a reação do corpo aos estressores7 cardiovasculares adicionais e isso pode acontecer por mecanismos epigenéticos", disse ela. Mas os achados em homens chineses favorecem a explicação socioeconômica.
Veja também: "Teste de gravidez6: estou grávida ou não?" e "Sintomas8 Precoces de Gravidez6".
Fonte: European Society of Cardiology Press Release, de 3 de fevereiro de 2017