Hepatite A: vírus pode ser detectado por análise da saliva, permitindo o diagnóstico precoce da doença
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fiocruz, desenvolveu uma metodologia para detecção rápida do vírus1 da hepatite2 A por análise da saliva. O diagnóstico3 atual é feito por análise de amostras de sangue4. O novo método, validado pelo Laboratório de Desenvolvimento Tecnológico em Virologia do IOC, identifica os casos da doença mesmo em pessoas infectadas que estão no período de janela imunológica (antes de produzirem anticorpos5 para combater o vírus1).
A pesquisa analisou 127 pessoas envolvidas em um surto de hepatite2 A ocorrido em outubro de 2005 em uma creche do Rio de Janeiro. Na primeira etapa do estudo foram coletadas amostras de sangue4 e saliva da população envolvida no surto e de pessoas que tiveram contato com elas (que, apesar de não terem apresentado sintomas6, poderiam estar infectadas). As análises constataram que 83% dos indivíduos estavam infectados e que a maioria (64%) era assintomática.
Por análise de PCR7 em tempo real de amostras de soro8 e saliva, foi possível detectar a presença do vírus1 em amostras de saliva em pacientes que estavam na fase aguda da doença e em pessoas no período de pré-soroconversão, quando o anticorpo9 contra o vírus1 da hepatite2 A ainda não está presente no sangue4.
A evolução assintomática da hepatite2 A contribui para a disseminação da doença e a detecção precoce do vírus1 contribui para o controle de surtos – daí a importância de um teste que permita a detecção do vírus1 no período de janela imunológica.
A eficiência do novo método diagnóstico3 para a detecção molecular do vírus1 foi comprovada na segunda etapa da pesquisa que, por meio da quantificação da carga viral das amostras de saliva, demonstrou que o fluido oral apresenta maior virulência10 que amostras de sangue4: a freqüência de vírus1 nas amostras de saliva foi de 37%, enquanto a análise de soro8 indicou uma taxa de 32%.
A coleta de saliva para detecção do vírus1 mostrou-se bastante eficiente tanto para o diagnóstico3 molecular do vírus1 quanto para o estudo epidemiológico de surtos, podendo ser uma importante ferramenta para o controle da hepatite2 A, sobretudo entre crianças. Além de permitir o diagnóstico3 precoce da doença, ao contrário da coleta de sangue4, o método é feito de maneira não invasiva, o que facilita todo o processo.
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias