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Byetta: o primeiro representante de uma nova classe de medicamentos para diabetes melito tipo 2 foi aprovado pelo FDA

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O FDA, agência americana que controla medicamentos e alimentos, aprovou o primeiro de uma nova classe de medicamentos contra o diabetes tipo 21, uma doença que atinge cerca de 13 milhões de brasileiros. A substância exenatida, produzida através de uma parceria entre os laboratórios Eli Lilly e Amylin, será comercializada com o nome de Byetta. A previsão é que o novo remédio chegue ao Brasil no próximo ano.

A exenatida imita a ação do hormônio2 GLP-1 na presença de alimentos. O GLP-1 é um hormônio2 produzido no intestino que estimula a produção e a secreção de insulina3 pelas células4 beta do pâncreas5. Nos pacientes diabéticos tipo 2, a atividade do GLP-1 é insatisfatória, o que reduz as taxas de insulina3 e aumenta a glicemia6 no sangue7.

A principal indicação da exenatida é como terapia adicional para um melhor controle glicêmico de pacientes que já estejam usando metformina8, sulfoniluréias9 ou pacientes que utilizaram uma combinação desses dois medicamentos e não conseguiram um controle glicêmico satisfatório.

A exenatida também age no cérebro10, aumentando a sensação de saciedade e, conseqüentemente, diminuindo a ingestão de alimentos e colaborando para a perda de peso de pacientes diabéticos. O excesso de peso é um dos principais fatores de risco para a doença e aumenta a probabilidade de distúrbios cardiovasculares. Os estudos com a exenatida mostram que, depois de cerca de um ano de uso, a perda de peso é de, em média, 4 quilos.

O medicamento deve ser usado por injeção subcutânea11 duas vezes ao dia, uma hora antes do café da manhã e do jantar. A dose deve ser aumentada após um mês de uso. Suas moléculas ficam circulando pelo organismo e agem quando as taxas de açúcar12 no sangue7 atingem níveis anormais. Esta ação mimetiza os efeitos fisiológicos do controle glicêmico do organismo. Dessa forma, evita a hipoglicemia13, importante efeito colateral14 dos medicamentos usados para controle glicêmico.

A exenatida foi desenvolvida a partir da saliva venenosa de um lagarto que vive nos desertos do sudoeste dos Estados Unidos, descoberto pelo endocrinologista15 americano John Eng, de 56 anos. A substância foi isolada em 1990 e sua semelhança com o GLP-1 foi aprovada dois anos depois. Por conta própria, Eng patenteou o composto e foi em busca de um laboratório que se dispusesse a fabricar a exenatida. O primeiro a se interessar foi o Amylin, da Califórnia, que em seguida se juntou ao gigante Eli Lilly para lançar o Byetta.

Byetta não é um substituto da insulina3 e não foi estudado em crianças. A dose de sulfoniluréia deve ser ajustada para evitar a hipoglicemia13 durante o uso concomitante de Byetta. O medicamento não deve ser usado em pacientes com insuficiência renal16 grave ou doença gastrointestinal severa. Importante: o Byetta não trata diabetes melito17 tipo 1 e cetoacidose.

Os efeitos colaterais18 são náuseas19, vômitos20, diarréia21, tontura22 e cefaléia23. Náusea24 é o mais comum, mas diminui com o tempo de uso na maioria dos pacientes. Pode interagir com certos medicamentos usados por via oral, como antibióticos e contraceptivos, por aumentar o tempo de esvaziamento gástrico.

Fonte: FDA Food and Drug Administration

NEWS.MED.BR, 2005. Byetta: o primeiro representante de uma nova classe de medicamentos para diabetes melito tipo 2 foi aprovado pelo FDA. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/pharma-news/930/byetta-o-primeiro-representante-de-uma-nova-classe-de-medicamentos-para-diabetes-melito-tipo-2-foi-aprovado-pelo-fda.htm>. Acesso em: 19 nov. 2024.

Complementos

1 Diabetes tipo 2: Condição caracterizada por altos níveis de glicose causada tanto por graus variáveis de resistência à insulina quanto por deficiência relativa na secreção de insulina. O tipo 2 se desenvolve predominantemente em pessoas na fase adulta, mas pode aparecer em jovens.
2 Hormônio: Substância química produzida por uma parte do corpo e liberada no sangue para desencadear ou regular funções particulares do organismo. Por exemplo, a insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que diz a outras células quando usar a glicose para energia. Hormônios sintéticos, usados como medicamentos, podem ser semelhantes ou diferentes daqueles produzidos pelo organismo.
3 Insulina: Hormônio que ajuda o organismo a usar glicose como energia. As células-beta do pâncreas produzem insulina. Quando o organismo não pode produzir insulna em quantidade suficiente, ela é usada por injeções ou bomba de insulina.
4 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
5 Pâncreas: Órgão nodular (no ABDOME) que abriga GLÂNDULAS ENDÓCRINAS e GLÂNDULAS EXÓCRINAS. A pequena porção endócrina é composta pelas ILHOTAS DE LANGERHANS, que secretam vários hormônios na corrente sangüínea. A grande porção exócrina (PÂNCREAS EXÓCRINO) é uma glândula acinar composta, que secreta várias enzimas digestivas no sistema de ductos pancreáticos (que desemboca no DUODENO).
6 Glicemia: Valor de concentração da glicose do sangue. Seus valores normais oscilam entre 70 e 110 miligramas por decilitro de sangue (mg/dl).
7 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
8 Metformina: Medicamento para uso oral no tratamento do diabetes tipo 2. Reduz a glicemia por reduzir a quantidade de glicose produzida pelo fígado e ajudando o corpo a responder melhor à insulina produzida pelo pâncreas. Pertence à classe das biguanidas.
9 Sulfoniluréias: Classe de medicamentos orais para tratar o diabetes tipo 2 que reduz a glicemia por ajudar o pâncreas a fabricar mais insulina e o organismo a usar melhor a insulina produzida.
10 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
11 Injeção subcutânea: Injetar fluido no tecido localizado abaixo da pele, o tecido celular subcutâneo, com uma agulha e seringa.
12 Açúcar: 1. Classe de carboidratos com sabor adocicado, incluindo glicose, frutose e sacarose. 2. Termo usado para se referir à glicemia sangüínea.
13 Hipoglicemia: Condição que ocorre quando há uma queda excessiva nos níveis de glicose, freqüentemente abaixo de 70 mg/dL, com aparecimento rápido de sintomas. Os sinais de hipoglicemia são: fome, fadiga, tremores, tontura, taquicardia, sudorese, palidez, pele fria e úmida, visão turva e confusão mental. Se não for tratada, pode levar ao coma. É tratada com o consumo de alimentos ricos em carboidratos como pastilhas ou sucos com glicose. Pode também ser tratada com uma injeção de glucagon caso a pessoa esteja inconsciente ou incapaz de engolir. Também chamada de reação à insulina.
14 Efeito colateral: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
15 Endocrinologista: Médico que trata pessoas que apresentam problemas nas glândulas endócrinas.
16 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
17 Diabetes melito: Condição caracterizada por hiperglicemia resultante da inabilidade do organismo para usar a glicose sangüínea para produzir energia. No diabetes tipo 1, o pâncreas não mais produz insulina. Assim, a glicose não pode entrar nas células para ser usada como energia. No diabetes tipo 2, o pâncreas também não produz quantidade suficiente de insulina, ou então o organismo não é capaz de usar corretamente a insulina produzida.
18 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
19 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
20 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
21 Diarréia: Aumento do volume, freqüência ou quantidade de líquido nas evacuações.Deve ser a manifestação mais freqüente de alteração da absorção ou transporte intestinal de substâncias, alterações estas que em geral são devidas a uma infecção bacteriana ou viral, a toxinas alimentares, etc.
22 Tontura: O indivíduo tem a sensação de desequilíbrio, de instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.
23 Cefaleia: Sinônimo de dor de cabeça. Este termo engloba todas as dores de cabeça existentes, ou seja, enxaqueca ou migrânea, cefaleia ou dor de cabeça tensional, cefaleia cervicogênica, cefaleia em pontada, cefaleia secundária a sinusite, etc... são tipos dentro do grupo das cefaleias ou dores de cabeça. A cefaleia tipo tensional é a mais comum (acomete 78% da população), seguida da enxaqueca ou migrânea (16% da população).
24 Náusea: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc.
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