Gostou do artigo? Compartilhe!

PLOS One: inibidores da bomba de prótons podem aumentar risco de infarto do miocárdio

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie esta notícia

Os inibidores da bomba de prótons (IBP) têm sido associados a desfechos clínicos adversos entre usuários de clopidogrel após síndrome1 coronária aguda. Resultados pré-clínicos recentes sugerem que esse risco pode se estender a indivíduos sem história prévia de doença cardiovascular. O presente estudo, publicado no periódico PLOS One, explorou este risco potencial na população em geral através da abordagem de mineração de dados.

Usando uma nova abordagem para a mineração de dados clínicos de farmacovigilância, pesquisadores da Stanford University e colaboradores revisaram mais de 16 milhões de documentos clínicos de 2,9 milhões de indivíduos para analisar o uso de medicamentos IBP e sua associação com o risco cardiovascular na população em geral.

Em várias fontes de dados, eles descobriram que pacientes com doença do refluxo gastroesofágico2 (DRGE) expostos a IBPs tinham uma associação 1,16 vezes maior com infarto3 agudo4 do miocárdio5 (IAM). A análise de sobrevida6 em uma coorte7 prospectiva encontrou um aumento em dobro da associação com a mortalidade8 cardiovascular. Descobriu-se que esta associação existe independentemente do uso de clopidogrel. Além disso, descobriu-se que o uso de antagonistas dos receptores H2 da histamina9 (anti-H2), um tratamento alternativo para a DRGE, não foram associados ao aumento do risco cardiovascular.

Se tais algoritmos de farmacovigilância estivessem sendo usados a mais tempo, poderiam ter assinalado este risco tão cedo quanto no ano de 2000.

De acordo com as conclusões deste estudo, os cientistas mostraram que de maneira consistente com os achados pré-clínicos de que os IBPs podem impactar adversamente a função vascular10, este estudo de mineração de dados ofereceu apoio à hipótese de que a exposição aos IBPs pode aumentar o risco de IAM na população em geral. Estes dados fornecem um exemplo de como uma combinação de estudos experimentais e de uma abordagem de mineração de dados pode ser aplicada para priorizar os sinais11 de segurança de uso de certos medicamentos em investigações futuras.

Fonte: PLOS One, de 10 de junho de 2015

NEWS.MED.BR, 2015. PLOS One: inibidores da bomba de prótons podem aumentar risco de infarto do miocárdio. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/pharma-news/791942/plos-one-inibidores-da-bomba-de-protons-podem-aumentar-risco-de-infarto-do-miocardio.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.

Complementos

1 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
2 Refluxo gastroesofágico: Presença de conteúdo ácido proveniente do estômago na luz esofágica. Como o dito órgão não está adaptado fisiologicamente para suportar a acidez do suco gástrico, pode ser produzida inflamação de sua mucosa (esofagite).
3 Infarto: Morte de um tecido por irrigação sangüínea insuficiente. O exemplo mais conhecido é o infarto do miocárdio, no qual se produz a obstrução das artérias coronárias com conseqüente lesão irreversível do músculo cardíaco.
4 Agudo: Descreve algo que acontece repentinamente e por curto período de tempo. O oposto de crônico.
5 Miocárdio: Tecido muscular do CORAÇÃO. Composto de células musculares estriadas e involuntárias (MIÓCITOS CARDÍACOS) conectadas, que formam a bomba contrátil geradora do fluxo sangüíneo. Sinônimos: Músculo Cardíaco; Músculo do Coração
6 Sobrevida: Prolongamento da vida além de certo limite; prolongamento da existência além da morte, vida futura.
7 Coorte: Grupo de indivíduos que têm algo em comum ao serem reunidos e que são observados por um determinado período de tempo para que se possa avaliar o que ocorre com eles. É importante que todos os indivíduos sejam observados por todo o período de seguimento, já que informações de uma coorte incompleta podem distorcer o verdadeiro estado das coisas. Por outro lado, o período de tempo em que os indivíduos serão observados deve ser significativo na história natural da doença em questão, para que haja tempo suficiente do risco se manifestar.
8 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
9 Histamina: Em fisiologia, é uma amina formada a partir do aminoácido histidina e liberada pelas células do sistema imunológico durante reações alérgicas, causando dilatação e maior permeabilidade de pequenos vasos sanguíneos. Ela é a substância responsável pelos sintomas de edema e irritação presentes em alergias.
10 Vascular: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
11 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
Gostou do artigo? Compartilhe!