Idosos que usam anti-psicóticos podem dobrar o risco de ter uma pneumonia fatal, de acordo com pesquisadores holandeses
Pesquisadores holandeses publicaram um trabalho no Annals of Internal Medicine relatando que o uso de anti-psicóticos em idosos pode dobrar o risco de uma pneumonia1 fatal e não beneficiar muitos pacientes com demência2 que estão em uso desta medicação.
O estudo contou com a participação de cerca de dois mil pacientes. Observou-se que o aumento no risco começa logo após o início do uso da medicação, é dose-dependente e concluiu que estes pacientes devem ser monitorados rigorosamente.
Revisão publicada em 2009 mostrou que os anti-psicóticos são usados abusivamente em muitos casos e podem ser responsáveis pela morte de 1800 pacientes no Reino Unido anualmente. Cerca de 180.000 pacientes com demência2 recebem a prescrição desta medicação ao ano, mas apenas 36 mil se beneficiam do uso. O presente trabalho mostrou que estes medicamentos só devem ser prescritos quando absolutamente necessários.
O estudo publicado no Annals of Internal Medicine comparou o histórico de saúde3 de 258 idosos com mais de 65 anos com pneumonia1 a 1686 pacientes da mesma faixa etária sem a infecção4, todos em uso de anti-psicóticos. Dos indivíduos com pneumonia1, 25% morreram no intervalo de um mês. Ao verificarem as prescrições destes pacientes, os pesquisadores associaram o uso de anti-psicóticos com o risco dobrado de apresentar pneumonia1.
O uso atual de anti-psicóticos típicos ou atípicos foi associado a um aumento dose-dependente no risco de pneumonia1 comparando com o uso prévio de anti-psicóticos. Apenas os anti-psicóticos atípicos foram associados ao aumento nos casos de pneumonia1 fatal.
Fonte: Annals of Internal Medicine, volume 152, de 6 de abril de 2010