FDA: estatinas podem aumentar a glicemia e a hemoglobina glicosilada, além de causar perda de memória e confusão mental. Os benefícios cardiovasculares parecem superar os pequenos riscos
O U.S. Food and Drug Administration (FDA) aprovou alterações importantes nas bulas das estatinas, medicação usada para reduzir o colesterol1. Em conjunto com a dieta e com os exercícios físicos, as estatinas são usadas para reduzir os níveis de LDL colesterol2, conhecido como "colesterol1 ruim". As alterações da bula visam orientar os pacientes e os profissionais de saúde3 quanto à efetividade e à segurança do medicamento.
As mudanças no texto da bula incluem:
Monitoramento de enzimas hepáticas4: não há necessidade de monitoramento periódico das enzimas hepáticas4 em pacientes que fazem uso da medicação. As enzimas hepáticas4 devem ser avaliadas antes da introdução da medicação e, de acordo com a indicação clínica, após o início do uso do medicamento. Se ocorrer dano hepático com sintomas5 clínicos e/ou hiperbilirrubinemia ou icterícia6 durante o tratamento, a terapia com estatina deve ser interrompida. Caso uma etiologia7 alternativa não seja encontrada para explicar estes sintomas5, a estatina não deve ser reiniciada.
Como pode haver problemas hepáticos graves com o uso de estatinas, os pacientes devem procurar o seu médico caso sintam fadiga8 não habitual, fraqueza, perda de apetite, dor abdominal acima do umbigo9, urina10 escurecida, pele11 ou conjuntiva12 dos olhos13 (parte branca dos olhos13) amarelada.
Eventos adversos: há relatos de efeitos adversos cognitivos14 como perda de memória, esquecimentos, amnésia15, deterioração da memória e confusão mental associados ao uso de estatina. Estes sintomas5 relatados geralmente não são graves e são reversíveis com a descontinuação do uso de estatina. A duração dos sintomas5 é variável (de um dia a alguns anos) e a resolução dá-se em uma média de três semanas.
Aumentos na hemoglobina glicosilada16 (HbA1C17) e da glicemia18 sanguínea também foram observados com o uso de estatinas.
O FDA continua a acreditar que os benefícios cardiovasculares das estatinas são mais importantes do que o pequeno aumento desses riscos.
Interação com outros medicamentos: a bula da lovastatina foi atualizada com novas contraindicações (situações em que o medicamento não deve ser usado) e limitações de dose quando usada em conjunto com outras medicações que podem aumentar o risco de lesões19 musculares (miopatia20/rabdomiólise21).
Os médicos e os pacientes devem relatar ao programa FDA MedWatch os eventos adversos com o uso de estatinas.
Fonte: FDA