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Prexige pode estar causando problemas hepáticos graves

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O medicamento Prexige (lumeracoxibe), que é o segundo medicamento da classe dos antiinflamatórios mais vendido no Brasil, pode estar causando reações adversas hepáticas1 graves para pacientes2 que fazem uso da medicação. Em agosto, a Austrália recolheu o produto após serem reportados oito casos de pacientes de diferentes países que tomaram o remédio e tiveram problemas hepáticos, sendo que dois deles morreram. Na última decisão desfavorável à Novartis, o Canadá levou em consideração quatro casos de pacientes que tomavam a dose de 100 mg e que tiveram "sérios problemas hepáticos" - sendo dois deles no país.

No Brasil, o remédio está disponível nas apresentações de 100 mg e 400 mg e é usado para tratamento de dores agudas, osteoartrite3, artrite reumatóide4 e cólica menstrual. Suspeita-se que o Prexige possa estar associado a complicações como hepatites5 medicamentosas e úlceras6 agudas.

Até o momento, a Anvisa mantém a posição de que a relação risco-benefício é favorável a que o produto esteja no mercado. Mas exigiu que a Novartis fizesse modificações na bula, destacando o risco de problemas hepáticos e publicou informações no site orientando sobre o uso do produto.

O Prexige é um antiinflamatório inibidor seletivo da enzima7 Cox-2, pertence ao mesmo grupo do Vioxx (rofecoxibe) e do Bextra (valdecoxibe), respectivamente retirados do mercado em 2004 e 2005 por motivos de segurança. Nestes casos, porém, as ocorrências não estavam relacionadas ao fígado8.

Fontes:

ANVISA

FDA

TGA

NEWS.MED.BR, 2007. Prexige pode estar causando problemas hepáticos graves. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/pharma-news/11971/prexige-pode-estar-causando-problemas-hepaticos-graves.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.

Complementos

1 Hepáticas: Relativas a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
2 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
3 Osteoartrite: Termo geral que se emprega para referir-se ao processo degenerativo da cartilagem articular, manifestado por dor ao movimento, derrame articular, etc. Também denominado artrose.
4 Artrite reumatóide: Doença auto-imune de etiologia desconhecida, caracterizada por poliartrite periférica, simétrica, que leva à deformidade e à destruição das articulações por erosão do osso e cartilagem. Afeta mulheres duas vezes mais do que os homens e sua incidência aumenta com a idade. Em geral, acomete grandes e pequenas articulações em associação com manifestações sistêmicas como rigidez matinal, fadiga e perda de peso. Quando envolve outros órgãos, a morbidade e a gravidade da doença são maiores, podendo diminuir a expectativa de vida em cinco a dez anos.
5 Hepatites: Inflamação do fígado, caracterizada por coloração amarela da pele e mucosas (icterícia), dor na região superior direita do abdome, cansaço generalizado, aumento do tamanho do fígado, etc. Pode ser produzida por múltiplas causas como infecções virais, toxicidade por drogas, doenças imunológicas, etc.
6 Úlceras: Feridas superficiais em tecido cutâneo ou mucoso que podem ocorrer em diversas partes do organismo. Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica ocorre no estômago ou no duodeno (mais freqüente). Pessoas que sofrem de estresse são mais susceptíveis a úlcera.
7 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
8 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
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