Em pessoas com hipotireoidismo subclínico, níveis de TSH acima de 10 mUI/L podem predizer aumento do risco de doenças coronarianas e mortalidade
O hipotireoidismo1 subclínico é caracterizado por aumento dos níveis de TSH, níveis normais de hormônios tireoidianos e ausência de sintomas2 clínicos do hipotireoidismo1. Ele é muito prevalente, ocorrendo em 4-10% dos adultos. Estudos observacionais identificaram associações entre hipotireoidismo1 subclínico e hiperlipidemia3 e outros fatores de risco para aterosclerose4. Entretanto, não está claro se esta condição está associada ao aumento do risco para eventos cardiovasculares e mortalidade5.
Foi realizada uma meta-análise para avaliar associações significativas entre hipotireoidismo1 subclínico e risco para eventos cardiovasculares e mortalidade5. Os resultados mostraram que aqueles indivíduos com hipotireoidismo1 subclínico com valores de TSH acima de 10 mUI/L ou TSH entre 7.0-9.9 mUI/L apresentavam maior risco para doenças cardiovasculares6. O hipotireoidismo1 subclínico não aumentou o risco de mortalidade5 geral.
A maioria dos protocolos de tratamento recomenda o tratamento desta patologia7 quando os níveis de TSH estão acima de 10mUI/L, para aliviar o aparecimento dos sintomas2 leves e prevenir a progressão para o hipotireoidismo1 clínico, além de aliviar o risco cardiovascular. Entretanto, há controvérsias sobre a necessidade de tratamento para elevações mais discretas do TSH. O presente estudo sugere que para elevações discretas do TSH (abaixo de 7.0 mUI/L) o tratamento pode não ser necessário, pelo menos no que diz respeito à prevenção dos riscos para eventos cardiovasculares.
Novos estudos clínicos são necessários para determinar os efeitos do tratamento com hormônios tireoidianos e os riscos para doenças cardiovasculares6.
Fonte: BMJ