Treinamento da musculatura do assoalho pélvico para a prevenção secundária do prolapso de órgãos pélvicos (PREVPROL): um estudo publicado pelo The Lancet
O treinamento da musculatura do assoalho pélvico1 pode reduzir a gravidade e os sintomas2 do prolapso3 em mulheres que procuram tratamento. Neste estudo, publicado pelo The Lancet, objetivou-se avaliar se essa intervenção com fisioterapia4 e Pilates poderia ser eficaz na prevenção secundária do prolapso3 e na necessidade de tratamento futuro.
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O ensaio clínico randomizado5 e controlado, multicêntrico, com grupo paralelo, foi realizado em três centros na Nova Zelândia e no Reino Unido. As mulheres de estudos longitudinais sobre a função do assoalho pélvico1 após o parto foram potencialmente elegíveis para a inclusão.
As mulheres de qualquer idade que tiveram prolapso3 nos estágios 1 a 3, mas não haviam procurado tratamento, foram aleatoriamente designadas (1:1), por meio de alocação remota de computador, para receber treinamento muscular do assoalho pélvico1 um a um (cinco consultas de fisioterapia4 com mais de 16 semanas e revisão anual), além de aulas de Pilates com treinamento muscular do assoalho pélvico1 e um DVD para uso doméstico (grupo de intervenção) ou um folheto de aconselhamento de estilo de vida sobre prolapso3 (grupo de controle).
A randomização foi minimizada por centro, paridade (três ou menos versus mais de três partos), fase de prolapso3 (acima do hímen6 versus além do hímen6) e método de parto (qualquer parto vaginal versus todas as cesáreas). As mulheres e os fisioterapeutas da intervenção não podiam ser mascarados à alocação de grupo, mas a alocação foi mascarada para pesquisadores de entrada de dados e para o estatístico do ensaio até depois do bloqueio de banco de dados. O desfecho primário foi o autorrelato de sintomas2 de prolapso3 (Pelvic Organ Prolapse Symptom Score [POP-SS]) aos 2 anos de acompanhamento. A análise foi por intenção de tratar.
Entre 21 de dezembro de 2008 e 24 de fevereiro de 2010, na Nova Zelândia, e entre 27 de outubro de 2010 e 5 de setembro de 2011, no Reino Unido, randomicamente designaram-se 414 mulheres para o grupo de intervenção (n=207) ou para o grupo controle (n=207). Uma participante em cada grupo foi excluída após randomização, deixando 412 mulheres para análise.
No início do estudo, 399 (97%) mulheres tinham prolapso3 acima ou ao nível do hímen6. O escore médio de POP-SS aos 2 anos foi de 3,2 (SD 3,4) no grupo de intervenção versus 4,2 (SD 4,4) no grupo controle (diferença média ajustada -1,01, IC 95% -1,70 a -0,33; p=0,004). A pontuação média dos sintomas2 permaneceu semelhante entre os intervalos de tempo no grupo controle, mas diminuiu no grupo de intervenção. Três eventos adversos foram relatados, todos no grupo de intervenção (uma mulher teve queda, uma mulher teve dor no cóccix7 e uma mulher teve dor torácica e falta de ar).
O estudo mostra que o treinamento da musculatura do assoalho pélvico1 leva a uma pequena, mas provavelmente importante, redução dos sintomas2 de prolapso3. Esse achado será importante para mulheres e cuidadores de saúde8 considerando estratégias preventivas futuras.
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