Esperança no tratamento da paralisia cerebral, em artigo da Science Translational Medicine
A paralisia1 cerebral é uma doença que não tem cura. A neuroinflamação de determinadas partes do cérebro2 desempenha papel chave na patogênese3 da doença e de distúrbios tais como a doença de Alzheimer4 e a esclerose múltipla5.
Atacar a neuroinflamação pode ser uma potencial estratégia terapêutica6. No entanto, administrar drogas através da barreira hematocerebral é um desafio.
Estudo publicado pela revista Science Translational Medicine mostrou que um método baseado em nanomedicina liberou um medicamento anti-inflamatório diretamente em partes comprometidas do cérebro2, através do uso de minúsculas moléculas em cascata conhecidas como dendrímeros. Sujatha Kannan, do Instituto Nacional de Saúde7 Infantil e do Departamento de Pesquisa de Perinatologia e Desenvolvimento Humano dos Estados Unidos, autora do estudo, relata que coelhos nascidos com paralisia1 cerebral, tratados às seis horas de nascidos, tiveram uma melhora significativa da função motora por volta do quinto dia de vida.
O medicamento usado é comumente empregado para tratar pacientes com intoxicação por acetaminofeno (paracetamol), o N-acetil-L-cistina ou NAC, e foi administrado em uma dose dez vezes menor. O método de nano-entrega por dendrímeros permitiu que a medicação atravessasse a barreira hematocerebral, reduzindo a neuroinflamação e melhorando a função motora.
A eficácia do tratamento com dendrímero-NAC, administrado no período pós-natal após dano pré-natal, sugere uma janela de oportunidades para o tratamento da paralisia1 cerebral em seres humanos após o nascimento.
Fonte: Science Translational Medicine, volume 336, de 20 de abril de 2012