Pediatrics: pesticidas organofosforados podem mostrar maior probabilidade de uma criança apresentar hiperatividade com déficit de atenção
Artigo publicado no periódico Pediatrics sustenta a hipótese de que a exposição aos pesticidas organofosforados pode contribuir para a prevalência1 do déficit de atenção com hiperatividade em crianças. Aquelas com maiores concentrações do metabólito2 urinário dialquil-fosfato têm risco duas vezes maior de apresentar esta condição.
O objetivo foi estudar a relação entre as concentrações urinárias do metabólito2 dos organosforados, o dialquil-fosfato urinário, e a hiperatividade (ADHD) em crianças entre 8 e 15 anos de idade.
Juntamente com a análise de dados da pesquisa National Health and Nutrition Examination Survey, de 1139 crianças representantes da população geral dos Estados Unidos, foi realizada uma entrevista com os pais para averiguar o diagnóstico3 de ADHD com base nos critérios diagnósticos da quarta edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. Cento e dezenove crianças tiveram o diagnóstico3 confirmado, segundo estes critérios. As crianças que apresentaram maiores concentrações do metabólito2 dialquil-fosfato urinário, especialmente do dimetil alquilfosfato (DMAP), tinham maior probabilidade de serem diagnosticadas com ADHD. Crianças com as concentrações mais altas deste metabólito2 (aumento acima da média) apresentaram risco duas vezes maior de apresentar esta condição, quando comparadas às crianças com níveis indetectáveis do metabólito2.
Estes achados sustentam a hipótese de que a exposição aos organofosforados, em níveis comuns aos encontrados nas crianças dos Estados Unidos, pode contribuir para a prevalência1 da ADHD. Estudos prospectivos são necessários para estabelecer se esta associação é causal.