Escaras: novo fitoterápico desenvolvido pela Apsen junto à Universidade de Ribeirão Preto mostra resultado promissor no tratamento dessas feridas
O Laboratório Apsen desenvolveu junto à Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) um medicamento à base de barbatimão, uma planta do cerrado brasileiro com alto poder cicatrizante. O novo medicamento é uma pomada que atua em todos os processos da cicatrização de feridas, como as escaras1.
As escaras1 são feridas na pele2 causadas por pressão, comuns em idosos. A circulação3 de sangue4 no local comprimido está prejudicada, tornando a cicatrização mais lenta. Estas feridas ocorrem em locais em que os ossos são mais proeminentes - como tornozelos, cotovelos, ossos do quadril e calcanhares - e são formadas principalmente quando idosos ficam muito tempo acamados.
Outros fatores que aumentam a probabilidade de desenvolver escaras1 são: imobilidade por outros motivos que não doença ou idade avançada, aumento da umidade da pele2, diabetes mellitus5 e qualquer outra patologia6 que lentifique a circulação3 sanguínea.
Para prevenir a formação de escaras1 deve-se mudar o idoso acamado ou imobilizado de posição a cada 2 horas no máximo, utilizar colchões especiais como os de água ou ar, utilizar protetores ou almofadas macias nos locais mais comumente afetados e manter a pele2 sempre limpa e seca.
Quando as escaras1 já se manifestaram, elas devem ser tratadas. O tratamento pode ser tópico7 (local) ou sistêmico8. O tratamento sistêmico8 consiste em melhorar a nutrição9 e controlar a infecção10. O tratamento tópico7 consiste na limpeza da ferida com medicamentos tópicos, curativos ou limpeza cirúrgica (em casos mais graves). Dentre os tratamentos tópicos que podem ser utilizados há uma substância derivada do barbatimão, oriunda do cerrado brasileiro. Essa planta possui um alto poder de cicatrização, além de ter ação anti-inflamatória e antimicrobiana.
O medicamento é produzido a partir da casca do barbatimão e o princípio ativo é retirado do extrato da planta. A ação cicatrizante ocorre pela presença de substâncias chamadas taninos, que promovem a formação de uma película protetora na região da ferida, fazendo com que a pele2 se re-epitelize (cicatrize) mais rapidamente.
A patente do fitomedicamento foi requerida no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) após cinco anos de pesquisa na Unidade de Biotecnologia da Universidade, que estuda os ativos terapêuticos de plantas brasileiras desde a década de 90.
Fonte: Ministério da Saúde11/Fundação Oswaldo Cruz/Farmanguinhos