Níveis mais altos de atividade física estão associados à menor reatividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal ao estresse em crianças, em artigo do Clinical Endocrinology and Metabolism
As crianças que realizam mais atividade física (AF), não só têm melhor saúde1 física, como também desfrutam de uma melhor saúde1 mental. No entanto, as vias pelas quais os exercícios físicos afetam o bem-estar permanecem obscuras. Para resolver esta questão, foi avaliado objetivamente o nível diário de atividade física, a atividade diurna do eixo hipotálamo2-hipófise3-adrenal (HHA) e a resposta desse eixo ao estresse psicossocial.
A pesquisa transversal em uma coorte4 de nascimentos ocorridos em Helsinque, na Finlândia, estudou 258 crianças de oito anos de idade. O nível de atividade física geral e a porcentagem do tempo gasto em AF vigorosas foram classificados por sexo em terços. O cortisol diurno e em resposta ao teste Trier Social Stress Test for Children foi dosado na saliva.
As crianças nos diferentes grupos de AF não mostraram diferenças de cortisol salivar diurno (P> 0,10 para AF geral e vigorosa). Crianças com níveis mais altos de AF geral ou vigorosa não mostraram ou tiveram apenas um pequeno aumento do cortisol após estresse (P = 0,10 e P = 0,03 para o tempo em análises de AF e AF vigorosa, respectivamente), enquanto que as crianças pertencentes aos terços mais baixos e intermediários apresentaram aumentos significativos ao longo do tempo no cortisol salivar após o estresse (P ≤ 0,002 para o tempo nas análises de AF geral e AF vigorosa).
Estes resultados sugerem que as crianças com níveis mais baixos de AF têm maior atividade do eixo HHA em resposta ao estresse e oferecem uma visão5 sobre os caminhos que as atividades físicas têm sobre o bem-estar físico e mental.
Fonte: Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, de 7 de março de 2013