Pediatrics: aleitamento materno exclusivo diminui risco de má oclusão dentária
Os efeitos distintos do aleitamento materno1 exclusivo e predominante nas más oclusões da dentição2 decídua3 ainda não são claros. A hipótese do estudo publicado pela revista Pediatrics é de que a amamentação exclusiva4 apresenta em efeito protetor maior contra a má oclusão do que o aleitamento materno1 predominante, e que o uso de chupeta modifica a associação entre o aleitamento materno1 e a má oclusão da dentição2 decídua3.
Um estudo de saúde5 bucal em uma coorte6 de nascimentos foi realizado até a idade de cinco anos (n=1.303). O tipo de aleitamento foi registrado ao nascer e aos 3, 12 e 24 meses de idade. Mordida aberta (MA), mordida cruzada, protrusão dentária (OJ) e má oclusão moderada/grave (MO) foram avaliadas. Análises de regressão de Poisson foram realizadas controlando as características sociodemográficas e antropométricas, hábitos de sucção ao longo da vida, cárie dentária e tratamento odontológico.
O aleitamento materno1 predominante foi associado a uma menor prevalência7 de MA, OJ e MO moderada/grave, mas o uso de chupeta modifica essas associações. Os mesmos resultados foram observados entre a amamentação8 exclusiva e OJ e entre aleitamento materno1 exclusivo e mordida cruzada. A menor prevalência7 de MA foi encontrada entre as crianças expostas ao aleitamento materno1 exclusivo dos 3 aos 5,9 meses (33%) e até 6 meses (44%) de idade. Aquelas que foram amamentadas exclusivamente dos 3 aos 5,9 meses e até 6 meses de idade apresentaram prevalência7 de 41% e 72% menor de MO moderada/grave, respectivamente, do que aquelas que nunca foram amamentadas.
Os resultados deste estudo sugerem que uma abordagem promovendo a amamentação8 exclusiva ao seio9 até os 6 meses de idade para prevenir doenças e transtornos infantis, deve ser uma estratégia populacional eficaz para prevenir a má oclusão dentária.