Mídias sociais podem prejudicar o bem-estar de adolescentes, principalmente do sexo feminino
Adolescentes estão entre os maiores consumidores de mídia social, enquanto as pesquisas mostram que o seu bem-estar diminui com a idade. A relação temporal entre interação com mídia social e bem-estar não está bem estabelecida. O objetivo deste estudo foi examinar se as mudanças na interação com mídias sociais e duas medidas de bem-estar estão relacionadas através de idades usando modelos de crescimento paralelo.
Os dados provêm de cinco ondas do questionário para jovens de 10 a 15 anos, da Understanding Society, do estudo UK Household Longitudinal Study (dados agrupados n=9.859). A interação nas redes sociais foi avaliada através da frequência diária de conversas em sites sociais. O bem-estar foi medido pela felicidade com seis domínios da vida e pelo questionário Strengths and Difficulties Questionnaire.
Os resultados sugerem diferenças de gênero na relação entre a interação nas mídias sociais e o bem-estar. Houve correlações significativas entre a interação em mídias sociais e interceptos de bem-estar e entre interação de mídias sociais e declives de bem-estar entre mulheres. Além disso, uma interação mais alta na mídia social aos 10 anos de idade foi associada ao declínio no bem-estar para as mulheres, mas não para os homens. Os resultados foram semelhantes para ambas as medidas de bem-estar.
Concluiu-se que altos níveis de interação nas mídias sociais no início da adolescência têm implicações para o bem-estar na adolescência tardia, particularmente para as mulheres. A falta de associação entre os homens sugere que outros fatores podem estar associados à redução do bem-estar com a idade. Essas descobertas contribuem para o debate sobre a causalidade e podem informar políticas e intervenções futuras.
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Fonte: BMJ Public Health, publicado em 20 de março de 2018