Unicamp desenvolve nova pesquisa em nanotecnologia
Pesquisa coordenada pelos químicos Nelson Duran Caballero e Oswaldo Luiz Alves na Unicamp promete revolucionar as pesquisas em nanotecnologia nesta Universidade.
Os produtos anticancerígenos disponíveis atualmente no mercado destroem todas as células1 independente destas serem sadias ou tumorais. O sistema, criado na Unicamp, à base de nanopartículas para liberação de fármacos antitumorais age somente contra as células1 cancerígenas, mantendo as demais intactas. Consiste basicamente em um composto contendo a substância violaceína que é direcionado para as células1 tumorais de forma seletiva através de nanopartículas de ouro de 3 a 4 nanômetros, funcionalizadas com um derivado tiolado (contendo enxofre) da ciclodextrina. A molécula da violaceína fica armazenada na cavidade hidrofóbica da ciclodextrina. A violaceína liberada da cavidade em contato com as células1 acaba eliminando apenas as células1 cancerígenas sem afetar as células1 normais.
Existem possibilidades de sua utilização envolver compostos que têm ação antibacteriana e antiviral, mas o sistema foi testado para células1 leucêmicas. Os resultados positivos foram obtidos em laboratório a partir da cultura de células1 in vitro. Agora serão necessários testes pré-clínicos realizados em animais e experimentos clínicos em humanos.
Segundo explica Caballero, a violaceína é originária do Brasil e extraída de uma bactéria2 do Rio Negro, em Manaus. Suas propriedades antitumorais foram descobertas pelos pesquisadores do Instituto de Química da Unicamp na década de 80 e desde então se investiga uma formulação para tornar o produto solúvel. "Com a resolução do problema da solubilidade acabamos criando um sistema também seletivo", comemora Caballero.
"Unimos as áreas de química biológica e química de materiais em torno de uma aplicação usando todo o conhecimento já consolidado por ambos pesquisadores", salienta Oswaldo Luiz Alves. O sistema rendeu uma patente, também assinada pelos pesquisadores Iara de Fátima Gimenez, Marcelo Mantovani Martiniano de Azevedo e Patrícia da Silva Melo. A Agência de Inovação da Unicamp é a responsável pelo repasse da patente ao setor produtivo. A pesquisa está sendo divulgada na Nanotec 2005 esta semana.
Fonte: Unicamp