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Suco de maçã diluído versus fluido de manutenção com eletrólitos: o que é melhor na desidratação mínima de crianças com gastroenterite leve?

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A gastroenterite1 é uma doença pediátrica comum. A solução de manutenção com eletrólitos2 é recomendada para tratar e prevenir a desidratação3. Mas sua vantagem em crianças minimamente desidratadas não está provada.

Com o objetivo de determinar se a hidratação oral com suco de maçã diluído/sucos da preferência da criança é ou não inferior à solução de manutenção com eletrólitos2 em crianças com gastroenterite1 leve foi realizado um estudo duplo-cego4, randomizado5, entre os meses de outubro e abril de 2010 a 2015, em um departamento de emergência6 pediátrica de Toronto, no Canadá. Os participantes do estudo eram crianças de 6 a 60 meses, com gastroenterite1 e desidratação3 leves.

Os participantes foram aleatoriamente designados a receber fluidos de hidratação da mesma cor com suco de maçã/fluidos preferidos (n=323) ou solução de manutenção com eletrólito7 com sabor de maçã (n=324). A terapia de reidratação oral seguiu os protocolos institucionais. Após a alta, o grupo que recebeu suco de maçã/fluidos preferidos ingeriu líquidos de acordo com o seu desejo; o grupo da solução de manutenção com eletrólito7 repôs as perdas com solução de manutenção com eletrólito7.

O desfecho primário foi um composto de falência terapêutica8 dentro de sete dias, definida por qualquer um dos seguintes: reidratação intravenosa, hospitalização, nova consulta médica, sintomas9 prolongados, 3% ou mais de perda de peso corporal ou significativa desidratação3 durante o acompanhamento. Os desfechos secundários incluíram a reidratação intravenosa, hospitalização e frequência de diarreia10 e vômitos11.

Concluiu-se que entre as crianças com gastroenterite1 leve e desidratação3 mínima, a hidratação oral inicial com suco de maçã diluído seguida pelo uso de seus fluidos preferenciais, em comparação com o uso de solução de manutenção com eletrólitos2, resultou em menos falhas no tratamento. Em muitos países de alta renda, o uso de suco de maçã diluído e de fluidos preferenciais ingeridos como desejado pela criança pode ser uma alternativa adequada aos fluidos de manutenção com eletrólitos2 nos casos de gastroenterite1 leve e desidratação3 mínima.

Fonte: The Journal of the American Medical Association (JAMA), publicação online, de 30 de abril de 2016

NEWS.MED.BR, 2016. Suco de maçã diluído versus fluido de manutenção com eletrólitos: o que é melhor na desidratação mínima de crianças com gastroenterite leve?. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/828774/suco-de-maca-diluido-versus-fluido-de-manutencao-com-eletrolitos-o-que-e-melhor-na-desidratacao-minima-de-criancas-com-gastroenterite-leve.htm>. Acesso em: 19 mar. 2024.

Complementos

1 Gastroenterite: Inflamação do estômago e intestino delgado caracterizada por náuseas, vômitos, diarréia e dores abdominais. É produzida pela ingestão de vírus, bactérias ou suas toxinas, ou agressão da mucosa intestinal por diversos mecanismos.
2 Eletrólitos: Em eletricidade, é um condutor elétrico de natureza líquida ou sólida, no qual cargas são transportadas por meio de íons. Em química, é uma substância que dissolvida em água se torna condutora de corrente elétrica.
3 Desidratação: Perda de líquidos do organismo pelo aumento importante da freqüência urinária, sudorese excessiva, diarréia ou vômito.
4 Estudo duplo-cego: Denominamos um estudo clínico “duplo cego†quando tanto voluntários quanto pesquisadores desconhecem a qual grupo de tratamento do estudo os voluntários foram designados. Denominamos um estudo clínico de “simples cego†quando apenas os voluntários desconhecem o grupo ao qual pertencem no estudo.
5 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
6 Emergência: 1. Ato ou efeito de emergir. 2. Situação grave, perigosa, momento crítico ou fortuito. 3. Setor de uma instituição hospitalar onde são atendidos pacientes que requerem tratamento imediato; pronto-socorro. 4. Eclosão. 5. Qualquer excrescência especializada ou parcial em um ramo ou outro órgão, formada por tecido epidérmico (ou da camada cortical) e um ou mais estratos de tecido subepidérmico, e que pode originar nectários, acúleos, etc. ou não se desenvolver em um órgão definido.
7 Eletrólito: Em eletricidade, é um condutor elétrico de natureza líquida ou sólida, no qual cargas são transportadas por meio de íons. Em química, é uma substância que dissolvida em água se torna condutora de corrente elétrica.
8 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
9 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
10 Diarréia: Aumento do volume, freqüência ou quantidade de líquido nas evacuações.Deve ser a manifestação mais freqüente de alteração da absorção ou transporte intestinal de substâncias, alterações estas que em geral são devidas a uma infecção bacteriana ou viral, a toxinas alimentares, etc.
11 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
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