NEJM: consumo de frutas frescas reduz risco para as principais doenças cardiovasculares na China
Em populações ocidentais, um maior consumo de frutas tem sido associado a um menor risco de doença cardiovascular, mas pouco se sabe sobre tais associações na China, onde o nível de consumo de frutas é baixo e as taxas de acidente vascular cerebral1 são elevadas. Para conhecer melhor esta associação foi realizado um estudo chinês, com publicação no The New England Journal of Medicine (NEJM).
Entre 2004 e 2008, foram recrutados 512.891 adultos, de 30 a 79 anos de idade, a partir de dez localidades na China. Durante 3,2 milhões de pessoas-ano de acompanhamento, 5.173 mortes por doença cardiovascular, 2.551 casos novos dos principais eventos coronarianos (fatais ou não), 14.579 acidentes vasculares2 cerebrais isquêmicos e 3.523 hemorragias3 intracerebrais foram registrados entre os 451.665 participantes que não tinham história de doença cardiovascular ou de tratamentos anti-hipertensivos no início do estudo.
No geral, 18% dos participantes relataram consumir frutas frescas diariamente. Em comparação com os participantes que nunca ou raramente consumiam frutas frescas (a categoria "não-consumo"), aqueles que comeram frutas frescas diariamente tinham pressão arterial sistólica4 mais baixa (4,0 mm Hg) assim como os níveis de glicose5 no sangue6 (0,5 mmol por litro [9,0 mg por decilitro]) (P<0,001 para a tendência para as duas comparações). As taxas de risco ajustadas para consumo diário contra o não-consumo eram de 0,60 (intervalo de confiança de 95% [IC] 0,54-0,67) para a morte cardiovascular e 0,66, 0,75 e 0,64, respectivamente, para casos novos dos principais eventos coronarianos, acidente vascular cerebral1 isquêmico7 e acidente vascular cerebral1 hemorrágico8.
Houve uma forte relação dose-resposta entre a incidência9 de cada resultado e a quantidade de fruta fresca consumida. Estas associações foram semelhantes em todas as dez regiões envolvidas no estudo e em subgrupos de participantes definidos por características basais.
Concluiu-se que entre os adultos chineses, um maior nível de consumo de frutas foi associado a níveis mais baixos de pressão arterial10 e de glicose5 no sangue6 e, em grande parte independente destes e de outros fatores dietéticos e não dietéticos, a riscos significativamente mais baixos das principais doenças cardiovasculares11.
Fonte: The New England Journal of Medicine (NEJM), de 7 de abril de 2016