Gostou do artigo? Compartilhe!

Uso de inibidor da bomba de prótons e risco para doença renal crônica

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie esta notícia

Os inibidores da bomba de prótons (IBP) estão entre os medicamentos mais usados em todo o mundo e têm sido associados à nefrite1 intersticial2 aguda. Pouco é conhecido sobre a associação entre o uso de IBP e a doença renal3 crônica (DRC). Com o objetivo de quantificar a associação entre o uso de IBP e a incidência4 de doença renal3 crônica, em uma coorte5 de base populacional, foi realizado um estudo com publicação online pelo periódico JAMA Internal Medicine.

Um total de 10.482 participantes do estudo Atherosclerosis Risk in Communities fizeram parte da pesquisa. Eles apresentavam uma taxa de filtração glomerular estimada em pelo menos 60 ml/min/1,73 m² e foram seguidos desde uma primeira visita de referência entre 1º de fevereiro de 1996 e 30 de janeiro de 1999 até 31 de dezembro de 2011. Os dados foram analisados entre maio de 2015 e outubro de 2015. Os resultados foram replicados em uma coorte5 administrativa do Geisinger Health System com 248.751 pacientes com uma taxa de filtração glomerular estimada em pelo menos 60 ml/min/1,73 m².

O uso de IBP foi observado pelo autorrelato de exposição a esta medicação no estudo Atherosclerosis Risk in Communities ou por uma prescrição ambulatorial de IBP na coorte5 de replicação do Geisinger Health System. O uso de antagonista6 do receptor H2 foi considerado um controle negativo e comparador ativo.

A incidência4 de DRC foi definida utilizando os códigos de diagnóstico7 no momento da alta hospitalar ou óbito8 no Atherosclerosis Risk in Communities Study e por uma taxa de filtração glomerular sustentada ambulatorialmente de menos de 60 ml/min/1,73 m² na coorte5 de replicação do Geisinger Health System.

Os resultados mostraram que o uso de inibidores da bomba de prótons está associado a um maior risco de casos novos de doença renal3 crônica. Pesquisas futuras devem avaliar se a redução no uso de IBP reduz a incidência4 de DRC.

Fonte: JAMA Internal Medicine, publicação online, de 11 de janeiro de 2016

NEWS.MED.BR, 2016. Uso de inibidor da bomba de prótons e risco para doença renal crônica. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/815694/uso-de-inibidor-da-bomba-de-protons-e-risco-para-doenca-renal-cronica.htm>. Acesso em: 18 nov. 2024.

Complementos

1 Nefrite: Termo que significa “inflamação do rim” e que agrupa doenças caracterizadas por lesões imunológicas ou infecciosas do tecido renal. Alguns exemplos são a nefrite intersticial por drogas, a glomerulonefrite pós-estreptocócica, etc. Podem manifestar-se por hipertensão arterial, hematúria e dor lombar.
2 Intersticial: Relativo a ou situado em interstícios, que são pequenos espaços entre as partes de um todo ou entre duas coisas contíguas (por exemplo, entre moléculas, células, etc.). Na anatomia geral, diz-se de tecido de sustentação localizado nos interstícios de um órgão, especialmente de vasos sanguíneos e tecido conjuntivo.
3 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
4 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
5 Coorte: Grupo de indivíduos que têm algo em comum ao serem reunidos e que são observados por um determinado período de tempo para que se possa avaliar o que ocorre com eles. É importante que todos os indivíduos sejam observados por todo o período de seguimento, já que informações de uma coorte incompleta podem distorcer o verdadeiro estado das coisas. Por outro lado, o período de tempo em que os indivíduos serão observados deve ser significativo na história natural da doença em questão, para que haja tempo suficiente do risco se manifestar.
6 Antagonista: 1. Opositor. 2. Adversário. 3. Em anatomia geral, que ou o que, numa mesma região anatômica ou função fisiológica, trabalha em sentido contrário (diz-se de músculo). 4. Em medicina, que realiza movimento contrário ou oposto a outro (diz-se de músculo). 5. Em farmácia, que ou o que tende a anular a ação de outro agente (diz-se de agente, medicamento etc.). Agem como bloqueadores de receptores. 6. Em odontologia, que se articula em oposição (diz-se de ou qualquer dente em relação ao da maxila oposta).
7 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
8 Óbito: Morte de pessoa; passamento, falecimento.
Gostou do artigo? Compartilhe!