Selênio baixo pode estar associado ao aumento da prevalência de doenças na tireoide
O professor Bingyin Shi e colaboradores do Departamento de Endocrinologia do The First Affiliated Hospital of Xi'an Jiaotong University Health Science Center, na China, estudaram as concentrações de selênio no organismo e sua relação com a prevalência1 de doenças da tireoide2.
Estudos epidemiológicos têm apoiado a premissa de que uma ingestão adequada de selênio é essencial para o bom funcionamento da glândula3 tireoide2. Com o objetivo de investigar se a prevalência1 de doenças da tireoide2 difere em duas áreas semelhantes, porém diferentes apenas nas concentrações de selênio no solo/cultura agrícola, foi realizado um estudo transversal observacional em dois condados da província de Shaanxi, na China, aqui definidas como áreas de consumo adequado ou baixo de selênio.
Um total de 6.152 participantes foi selecionado por amostragem estratificada cluster. Os participantes preencheram questionários demográficos e dietéticos e foram submetidos a exames de ultrassonografia4 da tireoide2 e exame físico.
As amostras de soro5 foram analisadas para os parâmetros da função da glândula3 tireoide2 e da concentração de selênio. O selênio no soro5 foi comparado entre as diferentes categorias demográficas, alimentares e de estilo de vida nos dois condados. A relação entre o estado dos níveis de selênio, fatores dietéticos e as condições patológicas da tireoide2 foi explorada por meio de regressão logística.
Conjuntos de dados completos estavam disponíveis para 3.038 participantes com adequada ingestão de selênio e para 3.114 participantes com baixa ingestão de selênio nos quais a mediana (intervalo interquartílico) das concentrações de selênio diferiu quase duas vezes (P=0,001).
A prevalência1 de patologias da tireoide2 (hipotiroidismo, hipotireoidismo6 subclínico, tireoidite auto-imune e aumento da tireoide2) foi significativamente menor no condado com ingestão adequada de selênio do que no condado com baixo consumo de selênio (18,0 vs 30,5%, P<0,001).
As medidas superiores de selênio sérico foram associadas à menor proporção de chances (intervalo de confiança de 95%) de tireoidite auto-imune, hipotireoidismo6 subclínico, hipotireoidismo6 e aumento da glândula3 tireoide2.
Concluiu-se neste trabalho que o baixo status de selênio está associado ao aumento do risco de doenças da tireoide2. O aumento da ingestão de selênio pode reduzir este risco em áreas de baixa ingestão de selênio que existem não só na China, mas também em muitas outras partes do mundo.
Exemplos de alimentos ricos em selênio são: castanha do Pará, semente de girassol, aveia, cogumelos, carne de frango, carne bovina, camarão e queijo.
Fonte: The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, volume 100, número 11, de 25 de agosto de 2015