NEJM: Empagliflozina protege diabéticos tipo 2 com doença cardiovascular da morte em comparação ao uso de placebo
Ainda não são conhecidos os efeitos do empagliflozina, um inibidor de cotransportador-2 de sódio e glicose1, em adição ao tratamento padrão do diabetes mellitus2 tipo 2, sobre a morbidade3 e a mortalidade4 cardiovasculares em diabéticos do tipo 2 com alto risco cardiovascular.
O coordenador do estudo EMPA-REG OUTCOME, Silvio E. Inzucchi, da Yale University School of Medicine, em Connecticut, e colaboradores distribuíram aleatoriamente pacientes para receber 10 mg ou 25 mg de empagliflozina ou placebo5 uma vez ao dia. O desfecho composto primário foi a morte por causas cardiovasculares, infarto do miocárdio6 não fatal ou AVC não fatal analisados no grupo reunindo pacientes em uso de empagliflozina versus o grupo placebo5. O desfecho composto secundário foi o resultado primário positivo com hospitalização por angina7 instável.
Um total de 7.020 doentes foi tratado com um tempo mediano de observação de 3,1 anos. O desfecho primário ocorreu em 490 dos 4.687 pacientes (10,5%) no grupo empagliflozina e em 282 de 2.333 pacientes (12,1%) no grupo do placebo5. Não houve significativas diferenças entre os grupos nas taxas de infarto do miocárdio6 ou acidente vascular cerebral8, mas no grupo empagliflozina houve taxas significativamente mais baixas de morte por causas cardiovasculares (3,7%, contra 5,9% no grupo placebo5; 38% de redução do risco relativo), hospitalização por insuficiência cardíaca9 (2,7% e 4,1%, respectivamente, 35% de redução do risco relativo) e morte por qualquer causa (5,7% e 8,3%, respectivamente, 32% de redução do risco relativo). Não houve diferença significativa entre os grupos no desfecho secundário (P=0,08 para superioridade). Entre os pacientes que receberam empagliflozina, houve um aumento na taxa de infecção10 genital, mas nenhum aumento em outros eventos adversos.
Concluiu-se que os doentes com diabetes11 tipo 2 com alto risco de eventos cardiovasculares que receberam empagliflozina, em comparação com o placebo5, tiveram uma taxa mais baixa do resultado primário composto cardiovascular e de morte por qualquer causa quando o medicamento do estudo foi adicionado ao tratamento padrão.
Fonte: The New England Journal of Medicine (NEJM), de 17 de setembro de 2015