NEJM: clindamicina ou sulfa para infecções não complicadas da pele?
As infecções1 de pele2 são comuns em ambientes ambulatoriais. No entanto, a eficácia de vários regimes de antibióticos na era da aquisição de infecções1 adquiridas na comunidade e causadas por Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) ainda não é clara.
Um trabalho, publicado pelo The New England Journal of Medicine (NEJM), incluiu pacientes ambulatoriais com infecções1 cutâneas3 não complicadas que tiveram celulite4, abscessos5 maiores que cinco centímetros de diâmetro (menores para as crianças mais jovens) ou ambos. Todos foram submetidos à incisão6 e drenagem7 de abscessos5. Os pacientes foram distribuídos aleatoriamente em uma proporção de 1:1 para receber clindamicina ou sulfametoxazol-trimetoprim (SMZ-TMP) por dez dias. Os doentes e os investigadores não tinham conhecimento das atribuições de tratamento e dos resultados dos testes microbiológicos8. O desfecho primário foi a cura clínica 7 a 10 dias após o final do tratamento.
Um total de 524 pacientes participaram (264 no grupo da clindamicina e 260 no grupo SMZ-TMP), incluindo 155 crianças (29,6%). 160 pacientes (30,5%) tiveram um abscesso9, 280 (53,4%) apresentaram celulite4 e 82 (15,6%) tiveram infecção10 mista, definida como pelo menos uma lesão11 com abscesso9 e uma lesão11 com celulite4. A bactéria12 S. aureus foi isolada das lesões13 de 217 doentes (41,4%); 167 (77,0%) destas eram MRSA. A proporção de pacientes curados foi semelhante nos dois grupos de tratamento. As taxas de cura não diferiram significativamente nos subgrupos de crianças, adultos e pacientes com abscesso9 versus celulite4 nos dois tratamentos usados. A proporção de pacientes com eventos adversos foi similar nos dois grupos.
Concluiu-se que não houve diferença significativa entre a clindamicina e a SMZ-TMP, com relação à eficácia ou ao perfil de efeitos colaterais14, para o tratamento de infecções1 cutâneas3 não complicadas, incluindo tanto a celulite4 quanto o abscesso9.
Fonte: The New England Journal of Medicine (NEJM), volume372, número 12, de 19 de março de 2015