Complexo B pode desacelerar atrofia cerebral em idosos com déficit cognitivo, segundo estudo publicado no periódico PLoS ONE
Um aumento da atrofia1 cerebral é frequentemente observado em pessoas idosas, em particular nas que sofrem de declínio cognitivo2. O aumento das taxas de homocisteína é fator de risco3 para a atrofia1 cerebral, déficit cognitivo2 e demência4. As concentrações plasmáticas de homocisteína podem ser reduzidas pela administração de vitaminas do complexo B.
Para determinar se a suplementação5 de vitamina6 B (que reduz os níveis plasmáticos totais de homocisteína) pode desacelerar a atrofia1 cerebral em pessoas com déficit cognitivo leve7, foi realizado um estudo randomizado8, duplo-cego e controlado com placebo9 envolvendo 271 indivíduos de mais de 70 anos com déficit cognitivo leve7. Os participantes foram divididos em dois grupos de igual tamanho. Um grupo foi tratado com ácido fólico (0,8 mg/dia), vitamina6 B12 (0,5 mg/dia) e vitamina6 B6 (20 mg/dia) e o outro grupo recebeu placebo9. O tratamento durou 24 meses. A avaliação principal foi a mudança na taxa de atrofia1 cerebral através de uma série de ressonâncias nucleares magnéticas. O estudo foi publicado no periódico Public Library of Science One (PLoS ONE).
No total, 168 participantes concluíram a avaliação (85 no grupo de tratamento ativo e 83 no grupo que recebeu placebo9). A taxa média de atrofia1 cerebral no ano foi de 0,76% no grupo que recebeu as vitaminas, e de 1,08% no grupo do placebo9. A resposta ao tratamento foi relacionada aos níveis de homocisteína: a taxa de atrofia1 nos participantes com homocisteína maior do que 13 µmol/L foi 53% mais baixa no grupo de tratamento ativo. Quanto maior a atrofia1, menor o desempenho em testes cognitivos10. Não houve diferenças significativas em relação aos efeitos adversos com o uso de vitaminas do complexo B.
Os pesquisadores da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, concluíram que a aceleração da atrofia1 cerebral em idosos com déficit cognitivo2 pode ser retardada com o tratamento com vitaminas do complexo B que reduzem a homocisteína. Dezesseis porcento daqueles com mais de 70 anos têm déficit cognitivo2 e metade daqueles com doença de Alzheimer11. Devido ao fato da atrofia1 cerebral ser uma característica daqueles com déficit cognitivo leve7 que desenvolvem a doença de Alzheimer11, novas pesquisas são necessárias para verificar se o mesmo tratamento pode retardar o desenvolvimento da doença de Alzheimer11.
Fonte: Public Library of Science One (PLoS ONE), de 8 de setembro de 2010