The Lancet: inibição da PCSK9 com evolocumab na hipercolesterolemia familiar homozigótica reduz significativamente o colesterol LDL
A hipercolesterolemia1 familiar homozigótica2 é uma doença rara, grave, caracterizada por baixa absorção celular de colesterol3 LDL4, aumento das concentrações de colesterol3 LDL4 no plasma5, e doença cardiovascular prematura. Os tratamentos hipolipemiantes convencionais são modestamente eficazes. O evolocumab, um anticorpo6 monoclonal para proproteína convertase subtilisina/kexin tipo 9 (PCSK9), reduziu o colesterol3 LDL4 em 16% em um estudo piloto. O presente estudo, publicado pelo The Lancet, apresenta os resultados do evolocumab em um estudo randomizado7.
Este ensaio duplo-cego, randomizado8, de fase 3, controlado com placebo9, foi realizado em 17 locais em 10 países da América do Norte, Europa, Oriente Médio e África do Sul. Cinquenta pacientes elegíveis (idade ≥12 anos), com hipercolesterolemia1 familiar homozigótica2, em terapia de regulação lipídica estável por pelo menos quatro semanas e não recebendo aférese com lipoproteína, foram distribuídos aleatoriamente por uma sequencia de randomização gerada por computador em uma proporção de 2:1 para receber 420 mg de evolocumab subcutâneo10 ou placebo9, a cada quatro semanas, durante doze semanas. A randomização foi estratificada pelo colesterol3 LDL4 na triagem (<198 mg/dl11 ou ≥198 mg/dl11) e implementado por um sistema computadorizado de resposta interativa de voz. Os pacientes, o pessoal envolvido no estudo e o financiador foram mascarados para o tratamento e os resultados de eficácia pelo Laboratório Central, não enviando resultados de exames de colesterol3 LDL4 ou qualquer resultado de lipídios para as clínicas após a consulta inicial. O resultado primário foi a variação percentual na ultracentrifugação do colesterol3 LDL4 do início até a 12ª semana, em comparação com o placebo9, analisados por intenção de tratar.
Dos 50 pacientes elegíveis, aleatoriamente designados para os dois grupos de tratamento, 49 realmente receberam o medicamento e completaram o estudo (16 no grupo placebo9 e 33 no grupo evolocumab). Comparado ao placebo9, o evolocumab reduziu significativamente o colesterol3 LDL4 em 12 semanas em 30,9% (IC 95% -43,9% para -18,0%, p<0,0001). Eventos adversos emergentes do tratamento ocorreram em 10 (63%) dos 16 pacientes no grupo placebo9 e 12 (36%) dos 33 pacientes no grupo evolocumab. Nenhum evento adverso clínico ou laboratorial grave ocorreu e não houve desenvolvimento de anticorpos12 anti-evolocumab detectáveis durante o estudo.
Os resultados deste estudo mostraram que nos pacientes com hipercolesterolemia1 familiar homozigótica2 avaliados, o evolocumab (420 mg, administradas a cada 4 semanas) foi bem tolerado e reduziu significativamente o colesterol3 LDL4 em comparação com o placebo9.
Fonte: The Lancet, publicação online, de 2 de outubro de 2014