Os cinco dedos das mãos podem ajudar a evitar doenças cardiovasculares em diabéticos tipo 2, em publicação da American Family Physician
No breve tempo de consulta que um clínico geral tem com um paciente com diabetes mellitus1 tipo 2 ele deve enfatizar cinco principais intervenções para reduzir o risco de doença cardiovascular (DCV) em diabéticos. Os dedos da mão2 podem ajudar na memorização de tais necessidades, de acordo com recente editorial publicado na revista American Family Physician.
Os autores propõem comunicar um plano de cinco passos para os pacientes, usando o símbolo de uma mão2 aberta para auxiliar a memorização. A partir do polegar em direção ao dedo mínimo, cada dígito retrata uma intervenção na ordem decrescente de benefício: cessação do tabagismo (polegar), controle da pressão arterial3 (dedo indicador), terapia com metformina4 (dedo médio), redução dos lipídios (dedo anelar) e controle glicêmico (dedo mínimo).
Evidências recentes confirmam que um controle glicêmico muito rigoroso pode até mesmo ser prejudicial à saúde5. A principal autora do estudo, Deborah R. Erlich, da Tufts University School of Medicine, em Boston, não tem certeza se esta ideia será plenamente aceita, especialmente porque as companhias de seguros tendem a se concentrar excessivamente na hemoglobina glicosilada6 (HbA1c7) como um indicador da qualidade dos cuidados médicos com os diabéticos. Isso não quer dizer que o controle glicêmico não seja importante, mas que também há outras intervenções fundamentais para melhorar a qualidade de vida desses pacientes.
Atrasos na terapêutica8 com metformina4 podem levar a mortes prematuras independente de seu efeito sobre os níveis de glicose9. Esta medicação deve ser prescrita para pacientes10 com sobrepeso11 e diabetes tipo 212, a menos que seja contraindicada. Baixar os níveis de colesterol13, de preferência com mudança no estilo de vida e terapia com estatina, aumenta a sobrevida14 em até 3,4 anos nos homens e em até 2,4 anos nas mulheres. Um nível de glicose9 no sangue15 em jejum de menos do que 200 mg/dL16 é razoável nestes pacientes. Um plano de tratamento deve centrar-se no controle dos sintomas17 de hiperglicemia18 em conjunto com as preferências individuais dos pacientes. Isto está nas novas diretrizes da American Diabetes19 Association e da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes19 (European Association for the Study of Diabetes19), que também propõem uma meta de HbA1c7 menos rigorosa, de menos de 8% para os pacientes com diabetes tipo 212 e que têm comorbidades20.
A mão2 é um símbolo muito útil para se concentrar no que realmente previne ataques cardíacos e acidentes vasculares21 cerebrais. Os médicos não devem deixar que a preocupação com níveis glicêmicos ideais seja mais importante do que as outras intervenções que afetam mais profundamente a mortalidade22, como por exemplo parar de fumar.
Fonte: American Family Physician, volume 89, número 4, de 15 de fevereiro de 2014