Níveis baixos de vitamina D no pré-operatório de bypass gástrico podem estar relacionados a infecções hospitalares pós-operatórias, publicação do JAMA Surgery
Publicação online do JAMA Surgery sugere que os níveis sanguíneos baixos de vitamina1 D no pré-operatório foram significativamente e inversamente associados ao risco de infecções2 hospitalares após a cirurgia de bypass gástrico.
Os resultados sugerem que os níveis de vitamina1 D no pré-operatório podem ser um fator de risco3 modificável para as infecções2 hospitalares pós-operatórias.
Os níveis sanguíneos de vitamina1 D pré-operatórios foram significativamente e inversamente associados ao risco de infecções2 hospitalares após a cirurgia de bypass gástrico em Y de Roux. Entre os pacientes obesos com níveis de 25-hidroxivitamina D inferiores a 30 ng/mL, havia um risco três vezes maior para uma infecção4 hospitalar após a cirurgia versus doentes cujos níveis de vitamina1 D foram de 30 ng/mL ou superior, de acordo com Sadeq Quraishi, do Massachusetts General Hospital (MGH), em Boston, e colegas.
O baixo teor de vitamina1 D no soro5 tem sido ligado ao risco de osteoartrite6 de quadril em idosos e aumento da probabilidade de doença do coração7, quando comparados a indivíduos com níveis séricos normais, enquanto que as concentrações elevadas têm sido associadas à diminuição do risco de infecção4 no ouvido em crianças.
No entanto, essas associações não têm apoiado a suplementação8 de vitamina1 D na maioria dos pacientes. O Preventive Services Task Force e o Instituto de Medicina, dos EUA, têm dito que tal suplementação8 é desnecessária.
Os autores observaram que a insuficiência9 de vitamina1 D "pode ser tão alta quanto 70% a 80% em pacientes de cirurgia bariátrica10", enquanto as taxas de infecções2 de sítio cirúrgico são tão elevadas como 10% em pacientes que fazem cirurgias de bypass gástrico em Y de Roux por procedimentos laparoscópicos e tão altas quanto 25% na cirurgia abdominal aberta.
Eles estudaram a associação entre as infecções2 hospitalares e a concentração sérica de vitamina1 D em uma população de 770 pacientes que fizeram cirurgia de bypass gástrico em Y de Roux tratados no MGH.
As concentrações de vitamina1 D "são rotineiramente medidas em indivíduos programados para fazer cirurgia de bypass gástrico em Y de Roux" na avaliação nutricional pré-operatória, afirmam os autores.
As infecções2 hospitalares incluíram infecção4 do sítio cirúrgico, infecção4 do trato urinário11 relacionada ao cateter, pneumonia12, bacteremia13 que ocorreram em mais de 48 horas após a internação e dentro de 30 dias após a cirurgia.
Os resultados foram ajustados para idade, sexo, raça, índice de massa corporal14, estado físico, comorbidades15 médicas, data de admissão, tipo de cirurgia, o uso de anestesia16 no neuroeixo17, a administração oportuna de antibióticos profiláticos, duração da anestesia16 geral, o equilíbrio de fluidos intraoperatórios, a temperatura intraoperatória, concentração da fração inspirada de oxigênio intraoperatória, transfusões de sangue18 perioperatórias, níveis pré-operatórios de marcadores nutricionais e suplementação8 diária de vitamina1 D no pré-operatório.
As comorbidades15 incluídas foram hipertensão arterial19, diabetes20, apneia obstrutiva do sono21 e doença pulmonar obstrutiva crônica. Os marcadores nutricionais incluídos foram hemoglobina glicosilada22, ferro, ferritina, hemoglobina23, albumina24, tiamina, hormônio25 paratireoidiano e cálcio.
A taxa global de infecção4 hospitalar foi de 5,3%, a taxa de infecção4 de sítio cirúrgico foi de 2,6% e a prevalência26 de baixo nível de vitamina1 D no grupo foi de 58%.
Os autores concluíram que "estes resultados sugerem que níveis baixos de vitamina1 D no pré-operatório podem ser um fator de risco3 modificável para as infecções2 hospitalares pós-operatórias. Estudos prospectivos devem determinar se há um benefício potencial para a otimização pré-operatória dos níveis de vitamina1 D".
Fonte: JAMA Surgery, publicação online, de 27 de novembro de 2013