Associação entre enxaqueca na infância e cólica nos primeiros meses de vida, publicado pelo JAMA
A cólica infantil é uma causa comum de choro inconsolável durante os primeiros meses de vida e a enxaqueca1 é uma causa comum de dor de cabeça2 na infância. Para estudar a associação entre estes dois tipos de dor e avaliar se elas fazem parte de uma síndrome3 dolorosa, foi realizado um estudo publicado pelo periódico The Journal of the American Medical Association (JAMA).
Com o objetivo de investigar uma possível associação entre cólica infantil e enxaqueca1 na infância foram estudadas 208 crianças, com idades entre 6 e 18 anos, que procuraram o departamento de emergência4 de três hospitais europeus terciários e foram diagnosticadas como tendo enxaqueca1, entre abril de 2012 e junho 2012. O grupo controle foi composto por 471 crianças, na mesma faixa etária, que visitaram o departamento de emergência4 de cada centro participante por trauma menor durante o mesmo período. Foi aplicado um questionário estruturado identificando a história pessoal de cólica infantil para os casos e os controles incluídos na pesquisa. Um segundo estudo, com 120 crianças diagnosticadas com dor de cabeça2 do tipo cefaleia5 tensional, foi feito para testar a especificidade da associação.
Os principais resultados e as medidas de diferença na prevalência6 da cólica infantil entre as crianças com e sem diagnóstico7 de enxaqueca1 mostraram que as crianças com enxaqueca1 eram mais propensas a ter experimentado cólica infantil do que aquelas sem enxaqueca1 (72,6% versus 26,5%; odds ratio [OR], 6,61 [IC 95%, 4,38-10,00], P < 0,001), ou enxaqueca1 sem aura (n = 142, 73,9% versus 26,5%, ou, 7,01 [IC, 4,43-11,09 95%] P < 0,001), ou enxaqueca1 com aura (n = 66, 69,7% versus 26,5%, ou, 5,73 [95 % CI, 3,07-10,73], P < 0,001). Esta associação não foi encontrada para crianças com cefaleia5 do tipo tensional (35% versus 26,5%, ou, 1,46 [IC 95%, 0,92-2,32], P = 0,10).
Concluiu-se que a presença de enxaqueca1 em crianças e adolescentes com idades entre 6 a 18 anos foi associada à história de cólica infantil. Estudos longitudinais adicionais são necessários.