Apixaban pode ser melhor que a varfarina na prevenção de AVC em pacientes com fibrilação atrial, de acordo com estudo do NEJM
Os antagonistas da vitamina1 K são altamente eficazes na prevenção de acidentes vasculares2 cerebrais (AVC) em pacientes com fibrilação atrial, mas têm várias limitações. O Apixaban é um novo medicamento, usado por via oral. Ele é um inibidor direto do fator Xa e tem sido estudado na redução do risco de AVC.
Neste estudo randomizado3, duplo-cego, publicado pelo New England Journal of Medicine (NEJM) e apresentado no encontro anual da Sociedade Europeia de Cardiologia, comparou-se o uso de apixaban (na dose de 5 mg, duas vezes ao dia) com a varfarina em 18.201 pacientes com fibrilação atrial e pelo menos um fator de risco4 adicional para acidente vascular cerebral5. Foram avaliados os efeitos nos casos de acidentes vasculares2 cerebrais isquêmico6 e hemorrágico7 ou na embolia8 sistêmica. Observou-se também as taxas de hemorragias9 graves e a mortalidade10 para todas as causas.
A duração média de acompanhamento foi de 1,8 anos. A taxa de acidente vascular cerebral5 foi de 1,27% ao ano no grupo apixaban, em comparação com 1,60% ao ano no grupo varfarina. A taxa de sangramento grave foi de 2,13% ao ano no grupo apixaban, em comparação com 3,09% ao ano no grupo varfarina e as taxas de morte por qualquer causa foram 3,52% e 3,94%, respectivamente. A taxa de AVC hemorrágico7 foi de 0,24% ao ano no grupo apixaban, em comparação com 0,47% ao ano no grupo varfarina. A taxa de isquemia11 foi de 0,97% ao ano no grupo apixaban e 1,05% ao ano no grupo varfarina.
Em pacientes com fibrilação atrial e pelo menos um fator de risco4 adicional para acidente vascular cerebral5, o uso de apixaban, em comparação com a varfarina, reduziu significativamente o risco de embolia8 sistêmica ou de acidente vascular cerebral5 em 21%, de sangramento em 31% e de morte em 11%. Para cada 1000 pacientes tratados por 1,8 anos, o apixaban, em comparação com a varfarina, impediu um acidente vascular cerebral5 em 6 pacientes, um sangramento grave em 15 pacientes e a morte em 8 pacientes. A prevenção de acidente vascular cerebral5 foi de 4 pacientes por 1000 para o acidente vascular cerebral5 hemorrágico7 e de 2 pacientes por 1000 para o acidente vascular cerebral5 isquêmico6 ou de causa desconhecida.
O presente estudo foi realizado em 1.034 hospitais, de 39 países, coordenado pelo Duke Clinical Research Institute (Estados Unidos) e pelo Uppsala Clinical Research Institute (Suécia) e financiado pela Bristol-Myers Squibb e pela Pfizer.
Fonte: NEJM de 28 de agosto de 2011