Comprometimento cognitivo no diabetes pode aumentar o risco de doença cardiovascular
Uma análise recente de pacientes com diabetes tipo 21 descobriu que aqueles com comprometimento cognitivo2 estavam em maior risco de desfechos cardiovasculares adversos.
A análise do estudo REWIND foi financiada pela Eli Lilly and Company. Os resultados do estudo, publicados no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, sugerem que a presença de comprometimento cognitivo2 entre pacientes com diabetes3 foi associada a um risco 1,6 vezes maior de eventos cardiovasculares adversos maiores e um risco 1,8 vezes maior de acidente vascular cerebral4 ou mortalidade5 em comparação com os seus homólogos sem comprometimento cognitivo2.
“Nosso estudo descobriu que pontuações baixas em testes cognitivos6 previam doenças cardíacas em pessoas com diabetes3 e outros fatores de risco cardíacos”, disse o pesquisador do estudo Hertzel C. Gerstein, MD, professor de medicina da Faculdade de Ciências da Saúde7 da Universidade McMaster, em um comunicado. “Embora a explicação para isso permaneça incerta, medicamentos comprovados para o coração8 devem ser oferecidos a esses pacientes para reduzir o risco futuro de ataque cardíaco ou derrame”.
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No artigo publicado os pesquisadores contextualizam que escores cognitivos6 baixos são fatores de risco para desfechos cardiovasculares. Se essa relação é mais forte usando novos índices cognitivos6 é desconhecido.
Participantes do estudo Researching Cardiovascular Events with a Weekly Incretin in Diabetes3 (REWIND) que completaram tanto o escore Montreal Cognitive Assessment (MoCA) quanto o Teste de Substituição de Dígitos (DSST) na linha de base (N = 8.772) foram incluídos.
Esses escores foram usados para identificar participantes com comprometimento cognitivo2 substantivo (CCS) de linha de base, definido como um escore de linha de base no MoCA ou DSST ≥1,5 DP abaixo da média específica do país do escore, ou média geométrica (MG) do CCS, que foi baseada em um índice composto de ambos os escores calculados como sua média geométrica, e definida como uma pontuação que foi ≥1,5 DP abaixo da MG média do país.
As relações entre essas medidas e eventos cardiovasculares adversos maiores (ECAM) incidentes12 e acidente vascular cerebral4 ou morte foram analisadas.
Em comparação com 7.867 (89,7%) participantes não afetados, os 905 (10,3%) participantes com CCS basal tiveram uma maior incidência13 de ECAM (taxa de risco [HR] não ajustada 1,34; IC 95% 1,11, 1,62; P = 0,003) e acidente vascular cerebral4 ou morte (HR não ajustada 1,60; IC 95% 1,33, 1,91; P <0,001).
Relações mais fortes foram observadas para MG do CCS e ECAM (HR não ajustada 1,61; IC 95% 1,28, 2,01; P <0,001) e acidente vascular cerebral4 ou morte (HR não ajustada 1,85; IC 95% 1,50, 2,30; P <0,001).
Para MG do CCS, mas não para CCS, todas essas relações permaneceram significativas em modelos ajustados para até 10 fatores de risco de CCS.
O estudo concluiu que a média geométrica do comprometimento cognitivo2 substantivo padronizada pelo país foi um forte preditor independente de eventos cardiovasculares em pessoas com diabetes tipo 21 no estudo REWIND.
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Fontes:
The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, publicação em 21 de abril de 2022.
Practical Cardiology, notícia publicada em 25 de abril de 2022.