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Dietas à base de plantas podem reduzir o risco de diabetes tipo 2

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Nova pesquisa da Harvard T.H. Chan School of Public Health fornece evidências sugerindo que a adesão a uma dieta composta por alimentos saudáveis, à base de plantas está associada a um menor risco de desenvolver diabetes tipo 21.

Em uma análise de dados de 3 coortes prospectivas totalizando mais de 10.000 participantes, com publicação na revista científica Diabetologia, os resultados detalham uma associação inversa entre adesão a dietas à base de plantas e risco de diabetes tipo 21 ao avaliar a adesão usando pontuações de perfil metabólico para 3 índices derivados de questionários de frequência alimentar.

“Embora seja difícil destrinchar as contribuições de alimentos individuais porque eles foram analisados juntos como um padrão, metabólitos2 individuais do consumo de alimentos vegetais ricos em polifenóis, como frutas, vegetais, café e leguminosas, estão todos intimamente ligados a uma dieta saudável à base de plantas e menor risco de diabetes”, disse o investigador principal Frank Hu, MD, PhD, professor do Departamento de Nutrição3 da Harvard T.H. Chan School of Public Health, em um comunicado.

Leia sobre "O que é uma alimentação saudável", "Dieta vegana: como é" e "Prevenção do diabetes4 e suas complicações".

Dietas à base de plantas, especialmente quando ricas em alimentos vegetais saudáveis, têm sido associadas a um menor risco de diabetes tipo 21. No entanto, se os perfis de metabólitos2 plasmáticos relacionados a dietas à base de plantas refletem essa associação, era desconhecido. O objetivo deste estudo foi identificar os perfis de metabólitos2 plasmáticos relacionados a dietas à base de plantas e avaliar as associações entre os perfis de metabólitos2 identificados e o risco de diabetes tipo 21.

Entre três coortes prospectivas (Nurses’ Health Study, Nurses’ Health Study II e Health Professionals Follow-up Study), mediu-se metabólitos2 plasmáticos de 10.684 participantes usando cromatografia líquida e espectrometria de massa de alto rendimento. A adesão às dietas à base de plantas foi avaliada por três índices derivados do questionário de frequência alimentar: um índice geral de dieta à base de plantas (IDP), um índice de dieta saudável à base de plantas (IDsP) e um índice de dieta não saudável à base de plantas (IDnsP).

Perfis de multimetabólitos relacionados à dieta à base de plantas foram identificados usando regressão de rede elástica com uma abordagem de treinamento/teste. As associações prospectivas entre perfis de metabólitos2 e diabetes tipo 21 incidente5 foram avaliadas usando regressão multivariável de riscos proporcionais de Cox. Metabólitos2 potencialmente mediadores da associação entre dietas à base de plantas e risco de diabetes tipo 21 foram identificados.

Foram identificados perfis de multimetabólitos compreendendo 55 metabólitos2 para IDP, 93 metabólitos2 para IDsP e 75 metabólitos2 para IDnsP. As pontuações do perfil de metabólitos2 com base nos perfis de metabólitos2 identificados foram correlacionadas com o índice de dieta correspondente (Pearson r = 0,33-0,35 para IDP, 0,41-0,45 para IDsP e 0,37-0,38 para IDnsP, todos p <0,001).

Pontuações do perfil de metabólitos2 do IDP (HR por 1 DP maior = 0,81 [IC 95% 0,75, 0,88]) e do IDsP (HR por 1 DP maior = 0,77 [IC 95% 0,71, 0,84]) mostraram uma associação inversa com diabetes tipo 21 incidente5, enquanto a pontuação do perfil de metabólitos2 para o IDnsP não foi associado ao risco.

O ajuste mútuo para metabólitos2 selecionados nos perfis de metabólitos2, incluindo trigonelina, hipurato, isoleucina e um subconjunto de triacilgliceróis, atenuou as associações dos índices de dieta IDP e IDsP com menor risco de diabetes tipo 21.

A proporção explicável de risco de diabetes4 relacionado a IDP/IDsP por esses metabólitos2 variou entre 8,5% e 37,2% (todos p <0,05).

O estudo concluiu que perfis de metabólitos2 plasmáticos relacionados a dietas à base de plantas, especialmente uma dieta saudável à base de plantas, foram associados a um menor risco de diabetes tipo 21 entre uma população geralmente saudável.

Essas descobertas apoiam o papel benéfico de dietas saudáveis à base de plantas na prevenção do diabetes4 e fornecem novos caminhos para futuras investigações.

Veja também sobre "Diabetes Mellitus6" e "Dicas para melhorar a sua alimentação".

 

Fontes:
Diabetologia, publicação em 08 de abril de 2022.
Practical Cardiology, notícia publicada em 15 de abril de 2022.

 

NEWS.MED.BR, 2022. Dietas à base de plantas podem reduzir o risco de diabetes tipo 2. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1415200/dietas-a-base-de-plantas-podem-reduzir-o-risco-de-diabetes-tipo-2.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.

Complementos

1 Diabetes tipo 2: Condição caracterizada por altos níveis de glicose causada tanto por graus variáveis de resistência à insulina quanto por deficiência relativa na secreção de insulina. O tipo 2 se desenvolve predominantemente em pessoas na fase adulta, mas pode aparecer em jovens.
2 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
3 Nutrição: Incorporação de vitaminas, minerais, proteínas, lipídios, carboidratos, oligoelementos, etc. indispensáveis para o desenvolvimento e manutenção de um indivíduo normal.
4 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
5 Incidente: 1. Que incide, que sobrevém ou que tem caráter secundário; incidental. 2. Acontecimento imprevisível que modifica o desenrolar normal de uma ação. 3. Dificuldade passageira que não modifica o desenrolar de uma operação, de uma linha de conduta.
6 Diabetes mellitus: Distúrbio metabólico originado da incapacidade das células de incorporar glicose. De forma secundária, podem estar afetados o metabolismo de gorduras e proteínas.Este distúrbio é produzido por um déficit absoluto ou relativo de insulina. Suas principais características são aumento da glicose sangüínea (glicemia), poliúria, polidipsia (aumento da ingestão de líquidos) e polifagia (aumento da fome).
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