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Intervenção no estilo de vida no pré-diabetes tanto de alto quanto baixo risco pode ser benéfica para prevenção do diabetes

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A intervenção no estilo de vida (IEV) pode prevenir o diabetes tipo 21, mas a resposta à IEV varia dependendo dos subfenótipos de risco.

Neste estudo, publicado pela revista Diabetes2, pesquisadores testaram, em uma intervenção multicêntrica randomizada e controlada por 12 meses com 2 anos de acompanhamento, se indivíduos pré-diabéticos com baixo risco se beneficiam de IEV convencional e se indivíduos com alto risco se beneficiam de uma intensificação da IEV.

1.105 indivíduos pré-diabéticos com base nos critérios de glicose3 da American Diabetes2 Association foram estratificados em um fenótipo4 de alto e baixo risco, com base nos limites previamente descritos de secreção de insulina5, sensibilidade à insulina5 e conteúdo de gordura6 no fígado7.

Indivíduos de baixo risco foram aleatoriamente designados para IEV convencional de acordo com o protocolo do Diabetes2 Prevention Program ou controle (1:1); indivíduos de alto risco foram designados para IEV convencional ou intensificada com o dobro do exercício necessário (1:1). Um total de 908 (82%) participantes completaram o estudo.

Em indivíduos de alto risco, a diferença entre a IEV convencional e intensificada na alteração da glicose3 pós-desafio foi de -0,29 mmol/l8 (IC: -0,54; -0,04), p = 0,025.

A gordura6 hepática9 (-1,34 pontos percentuais [IC: -2,17; -0,50], p = 0,002) e o risco cardiovascular (-1,82 [IC: -3,13-0,50], p = 0,007) sofreram reduções maiores com a IEV intensificada do que convencional.

Durante um acompanhamento de 3 anos, a intervenção no estilo de vida intensificada em comparação à convencional teve maior probabilidade de normalizar a tolerância à glicose3 (p = 0,008).

Em conclusão, é possível em indivíduos de alto risco com pré-diabetes10 melhorar os resultados glicêmicos e cardiometabólicos pela intensificação da intervenção no estilo de vida. A intervenção no estilo de vida individualizada, baseada em fenótipo4 de risco, pode ser benéfica para a prevenção do diabetes2.

Leia mais sobre "Diabetes Mellitus11", "Pré-diabetes10", "Prevenção do diabetes2" e "Intolerância à glicose3".

 

Fonte: Diabetes2, publicação em 16 de setembro de 2021.

 

NEWS.MED.BR, 2021. Intervenção no estilo de vida no pré-diabetes tanto de alto quanto baixo risco pode ser benéfica para prevenção do diabetes. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1402640/intervencao-no-estilo-de-vida-no-pre-diabetes-tanto-de-alto-quanto-baixo-risco-pode-ser-benefica-para-prevencao-do-diabetes.htm>. Acesso em: 20 nov. 2024.

Complementos

1 Diabetes tipo 2: Condição caracterizada por altos níveis de glicose causada tanto por graus variáveis de resistência à insulina quanto por deficiência relativa na secreção de insulina. O tipo 2 se desenvolve predominantemente em pessoas na fase adulta, mas pode aparecer em jovens.
2 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
3 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
4 Fenótipo: Características apresentadas por um indivíduo sejam elas morfológicas, fisiológicas ou comportamentais. Também fazem parte do fenótipo as características microscópicas e de natureza bioquímica, que necessitam de testes especiais para a sua identificação, como, por exemplo, o tipo sanguíneo do indivíduo.
5 Insulina: Hormônio que ajuda o organismo a usar glicose como energia. As células-beta do pâncreas produzem insulina. Quando o organismo não pode produzir insulna em quantidade suficiente, ela é usada por injeções ou bomba de insulina.
6 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
7 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
8 Mmol/L: Milimols por litro, unidade de medida que mostra a concentração de uma substância em uma quantidade específica de fluido.
9 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
10 Pré-diabetes: Condição em que um teste de glicose, feito após 8 a 12 horas de jejum, mostra um nível de glicose mais alto que o normal mas não tão alto para um diagnóstico de diabetes. A medida está entre 100 mg/dL e 125 mg/dL. A maioria das pessoas com pré-diabetes têm um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2.
11 Diabetes mellitus: Distúrbio metabólico originado da incapacidade das células de incorporar glicose. De forma secundária, podem estar afetados o metabolismo de gorduras e proteínas.Este distúrbio é produzido por um déficit absoluto ou relativo de insulina. Suas principais características são aumento da glicose sangüínea (glicemia), poliúria, polidipsia (aumento da ingestão de líquidos) e polifagia (aumento da fome).
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