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Midodrina pode reduzir a recorrência da síncope vasovagal

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A síncope1 vasovagal, ou síndrome2 vasovagal recorrente é comum, responde mal ao tratamento e causa trauma físico e baixa qualidade de vida. A midodrina previne hipotensão3 e síncope1 durante os testes de inclinação em pacientes com síncope1 vasovagal.

O objetivo deste estudo, publicado no Annals of Internal Medicine, foi determinar se a midodrina pode prevenir a síncope1 vasovagal em condições clínicas usuais.

Leia sobre "Síncope1 vasovagal", "Entendendo as síncopes4" e "Hipotensão arterial5".

Foi realizado um ensaio clínico randomizado6, duplo-cego e controlado por placebo7, em 25 hospitais universitários no Canadá, Estados Unidos, México e Reino Unido.

Foram incluídos pacientes com síncope1 vasovagal recorrente e sem comorbidades8 graves. Os pacientes foram aleatoriamente designados 1:1 para placebo7 ou midodrina e acompanhados por 12 meses.

O desfecho primário foi a proporção de pacientes com pelo menos um episódio de síncope1 durante o acompanhamento.

O estudo incluiu 133 pacientes que tiveram uma mediana de 6 episódios de síncope1 no ano anterior (idade mediana, 32 anos; 73% mulheres).

Em comparação com os pacientes que receberam placebo7, menos pacientes que receberam midodrina tiveram pelo menos um episódio de síncope1 (28 de 66 [42%] vs. 41 de 67 [61%]).

O risco relativo foi de 0,69 (IC de 95%, 0,49 a 0,97; P = 0,035). A redução do risco absoluto foi de 19 pontos percentuais (IC, 2 a 36 pontos percentuais), e o número necessário para tratar para evitar que um paciente tivesse síncope1 foi de 5,3 (IC, 2,8 a 47,6).

O tempo para a primeira síncope1 foi maior com midodrina (razão de risco, 0,59 [IC, 0,37 a 0,96]; P = 0,035; log-rank P = 0,031).

Os efeitos adversos foram semelhantes em ambos os grupos.

As limitações incluíam ser um estudo de pequeno porte, pacientes jovens e saudáveis, período de observação relativamente curto e alta proporção de pacientes de um centro.

O estudo concluiu que a midodrina pode reduzir a recorrência9 da síncope1 em pacientes saudáveis ​​e jovens com alta carga de síncope1.

Veja também sobre "Teste de inclinação ou Tilt Test" e "Desmaios".

 

Fonte: Annals of Internal Medicine, publicação em 03 de agosto de 2021.

 

NEWS.MED.BR, 2021. Midodrina pode reduzir a recorrência da síncope vasovagal. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1401285/midodrina-pode-reduzir-a-recorrencia-da-sincope-vasovagal.htm>. Acesso em: 24 abr. 2024.

Complementos

1 Síncope: Perda breve e repentina da consciência, geralmente com rápida recuperação. Comum em pessoas idosas. Suas causas são múltiplas: doença cerebrovascular, convulsões, arritmias, doença cardíaca, embolia pulmonar, hipertensão pulmonar, hipoglicemia, intoxicações, hipotensão postural, síncope situacional ou vasopressora, infecções, causas psicogênicas e desconhecidas.
2 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
3 Hipotensão: Pressão sanguínea baixa ou queda repentina na pressão sanguínea. A hipotensão pode ocorrer quando uma pessoa muda rapidamente de uma posição sentada ou deitada para a posição de pé, causando vertigem ou desmaio.
4 Síncopes: Perda breve e repentina da consciência, geralmente com rápida recuperação. Comum em pessoas idosas. Suas causas são múltiplas: doença cerebrovascular, convulsões, arritmias, doença cardíaca, embolia pulmonar, hipertensão pulmonar, hipoglicemia, intoxicações, hipotensão postural, síncope situacional ou vasopressora, infecções, causas psicogênicas e desconhecidas.
5 Hipotensão arterial: Diminuição da pressão arterial abaixo dos valores normais. Estes valores normais são 90 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 50 milímetros de pressão diastólica.
6 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
7 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
8 Comorbidades: Coexistência de transtornos ou doenças.
9 Recorrência: 1. Retorno, repetição. 2. Em medicina, é o reaparecimento dos sintomas característicos de uma doença, após a sua completa remissão. 3. Em informática, é a repetição continuada da mesma operação ou grupo de operações. 4. Em psicologia, é a volta à memória.
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