A proteína interleucina-3 astrocítica programa a micróglia, um tipo de célula imunológica do cérebro, e limita a doença de Alzheimer
Estudo encontrou um sinal1 protetor entre as células2 de suporte do cérebro3 na doença de Alzheimer4. Em um modelo de camundongo com doença de Alzheimer4, a proteína interleucina-3 liberada por células2 chamadas astrócitos5 ativa a micróglia, as células2 imunológicas do cérebro3. Estas então agrupam-se em torno de agregados de proteínas6 associados à doença e ajudam a eliminá-los.
A sinalização imunológica associada à inflamação7 às vezes é considerada uma coisa a ser evitada. No entanto, a sinalização imunológica também pode ser protetora, suprimindo os danos e os microrganismos causadores de doenças (patógenos). No cérebro3, vários tipos de células2 trabalham juntos para manter a saúde8 cerebral, mediar as respostas inflamatórias e otimizar a função das principais células2 de produção, os neurônios9.
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Escrevendo na revista Nature, McAlpine et al. descobriram um eixo de sinalização entre dois desses tipos de células2 cerebrais, astrócitos5 e micróglia. Eles demonstram que essa sinalização, mediada pela proteína imune interleucina-3 (IL-3), limita a progressão da doença e a disfunção cerebral em um modelo de doença de Alzheimer4.
A doença de Alzheimer4 (DA) é uma doença neurodegenerativa devastadora e prevalente que leva à perda de células2 cerebrais e das conexões sinápticas entre as células2 neuronais, resultando em declínio cognitivo11 progressivo. Uma marca registrada da DA é a presença de agregados de diferentes proteínas6 associadas à doença no cérebro3: isto é, placas12 constituídas pela proteína β-amiloide (Aβ) e emaranhados neurofibrilares13 constituídos pela proteína tau.
Normalmente, os astrócitos5 e a micróglia ajudam a manter a saúde8 e função neuronal, limpando detritos, reciclando moléculas de neurotransmissores e apoiando a comunicação através das sinapses. No cérebro3 de uma pessoa com DA, os astrócitos5 e a micróglia são ativados, produzem moléculas inflamatórias e agregam-se ao redor das placas12 de proteína. Esta agregação microglial pode ser protetora, evitando que a proteína Aβ solta (solúvel) se difunda por todo o cérebro3.
No entanto, os sinais14 que coordenam as funções da micróglia não são totalmente compreendidos. Neste estudo, McAlpine et al. mostram que a citocina15 IL-3 produzida por astrócitos5 é um desses sinais14 e que desempenha um papel central em um modelo de DA.
No artigo, os pesquisadores abordam como a comunicação dentro do ecossistema de células gliais16 é essencial para a saúde8 neuronal e cerebral. A influência das células gliais16 no acúmulo e eliminação de β-amiloide e tau neurofibrilar nos cérebros de indivíduos com doença de Alzheimer4 é mal compreendida, apesar da crescente consciência de que essas são interações terapeuticamente importantes.
Na pesquisa, foi demonstrado, em humanos e camundongos, que a interleucina-3 proveniente de astrócitos5 programa a micróglia para melhorar a patologia17 da DA.
Após o reconhecimento dos depósitos de Aβ, a microglia aumenta sua expressão de IL-3Rα – o receptor específico para IL-3 (também conhecido como CD123) – tornando-os responsivos à IL-3. Os astrócitos5 produzem constitutivamente IL-3, que elicia a programação transcricional, morfológica e funcional da microglia para dotá-los de um programa de resposta imune aguda, motilidade aprimorada e a capacidade de agrupar e eliminar agregados de Aβ e tau.
Essas mudanças restringem a patologia17 da doença de Alzheimer4 e o declínio cognitivo11.
Dessa forma, essas descobertas identificam a IL-3 como um mediador-chave da comunicação astrócito-microglia e um nó para intervenção terapêutica18 na doença de Alzheimer4.
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Fonte: Nature, publicação em 14 de julho de 2021.