Antidepressivos reduziram o risco de mortalidade em pacientes com diabetes mellitus: um estudo de coorte populacional em Taiwan
O efeito do uso de antidepressivos (ATDs) sobre a mortalidade1 em pacientes com diabetes mellitus2 (DM) ainda não foi suficientemente estudado, embora a depressão seja uma comorbidade3 comum nessa população.
Neste estudo de coorte4 retrospectivo5, publicado pelo periódico The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism (JCEM), pesquisadores exploraram o impacto dos antidepressivos na mortalidade1 entre os pacientes com DM.
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Este estudo de base populacional utilizou dados do National Health Insurance Research Database em Taiwan. Desde 2000, foram identificados 53.412 casos de pacientes recém-diagnosticados com DM e depressão. Os casos de pacientes foram seguidos para avaliar a mortalidade1 até 2013.
A associação entre mortalidade1 e uso de ATDs foi explorada ajustando-se para dosagem cumulativa.
Usando o modelo de regressão de Cox dependente do tempo, o uso de ATDs foi associado com redução significativa da mortalidade1 entre pacientes com DM (no maior grupo de dose, hazard ratio [HR] = 0,65, intervalo de confiança [IC] de 95% = 0,59-0,71).
Análises posteriores mostraram que existem diferenças na mortalidade1 entre as categorias de ATD: inibidores seletivos de recaptação de serotonina (HR = 0,63, IC 95% = 0,56-0,71); inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina (HR = 0,58, IC 95% = 0,44-0,78); inibidores de recaptação de norepinefrina-dopamina7 (HR = 0,20, IC 95% = 0,07-0,63); mirtazapina (HR = 0,60, IC 95% = 0,45-0,82); antidepressivos tricíclicos / tetracíclicos (HR = 0,73, IC 95% = 0,54-0,97); trazodona (HR = 0,52, IC 95% = 0,29-0,91).
No entanto, verificou-se que o inibidor reversível da monoaminoxidase A (RIMA) está associado a um aumento, em vez de diminuição, na mortalidade1 total (HR = 1,48, IC 95% = 1,09-1,99).
Concluiu-se neste estudo que a maioria dos antidepressivos, mas não o RIMA, foram associados à redução significativa da mortalidade1 na população com diabetes mellitus2 e depressão.
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Fonte: The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, publicação em 02 de julho de 2019.