Acrescentar a reação pupilar à Escala de Coma de Glasgow pode dar maior precisão ao prognóstico nos traumatismos cranioencefálicos
Escores da Escala de Coma1 de Glasgow (GCS) e da resposta pupilar são indicadores-chave da gravidade do dano cerebral traumático. O objetivo deste estudo foi determinar quais informações seriam obtidas combinando esses indicadores em um único índice e explorar os resultados das diferentes formas do alcance de se fazer esta associação.
Informações sobre os escores iniciais da GCS, resposta pupilar, resultados tardios na Escala de Resultados de Glasgow e mortalidade2 foram obtidos em nível individual do paciente, revisando os dados dos estudos CRASH (Corticosteroid Randomisation After Significant Head Injury;n=9.045) e IMPACT (International Mission for Prognosis and Clinical Trials in TBI; n=6.855). Esses dados foram combinados em um conjunto de dados agrupados para a análise principal.
Métodos de combinação da Escala de Coma1 de Glasgow e dados de resposta pupilar variaram em complexidade desde o uso de um escore aritmético simples (escore GCS [faixa 3-15] menos o número relativo à reação das pupilas não reagentes [0, 1 ou 2]), que chamaram de escala de coma1 de Glasgow com resposta pupilar (GCS-P; intervalo 1-15), até tratar cada fator como uma variável categórica separada. O conteúdo das informações sobre o desfecho do paciente em cada um desses modelos foi avaliado usando a regressão logística de Nagelkerke R².
Separadamente, a pontuação da GCS e a resposta da pupila estavam relacionadas ao resultado. A adição de informações sobre a resposta pupilar à pontuação da GCS aumentou o rendimento da informação. O desempenho do GCS-P simples foi semelhante ao desempenho de métodos mais complexos de avaliar danos cerebrais traumáticos.
A relação entre as diminuições na GCS-P e a deterioração do desfecho foi observada em toda a gama de pontuações possíveis. Os 2 pontos mais baixos oferecidos pela escala GCS-com resposta pupilar (GCS-P 1 e 2) estenderam a informação sobre a gravidade da lesão3 de uma taxa de mortalidade2 de 51% e desfecho desfavorável de 70% na escala GCS 3 para uma taxa de mortalidade2 de 74% e uma taxa de desfecho desfavorável de 90% na GCS-P 1. O achado paradoxal4 de que o escore GCS 4 foi associado a um desfecho pior do que o escore GCS 3 não foi visto ao usar o GCS-P.
Ou seja, o Dr. Brennan e seus colaboradores do Centre for Clinical Brain Sciences, da University of Edinburgh, no Reino Unido, criaram uma pontuação de reatividade pupilar (PRP) com base no número de pupilas não reativas. Se as duas pupilas não forem reativas, a pontuação é 2; se apenas uma pupila não for reativa, a pontuação é 1; e se as duas pupilas reagirem, a pontuação é 0. A seguir, os pesquisadores obtiveram uma pontuação combinada de escala de coma1 de Glasgow com reação pupilar para cada paciente pela simples subtração da pontuação de reatividade pupilar da pontuação total da escala de coma1 de Glasgow. Os valores da escala de coma1 de Glasgow com reação pupilar variam de 1 a 15.
Uma combinação aritmética simples do escore GCS e resposta pupilar, o GCS-P, amplia as informações fornecidas sobre o desfecho do paciente em uma extensão comparável àquela obtida usando métodos mais complexos. A maior gama de gravidade das lesões5 que são identificadas e a suavidade do padrão gradual de resultados em toda a faixa de escores podem ser úteis na avaliação de pacientes individuais e na identificação de subgrupos de pacientes.
O estudo mostra que a GCS-P pode ser uma plataforma útil sobre a qual informações sobre outras características-chave de prognóstico6 podem ser adicionadas em um formato simples que provavelmente será útil na prática clínica.
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Fonte: Journal of Neurosurgery, volume 128, número 6, de junho de 2018