Dieta para doença inflamatória intestinal ativa mostra benefícios em um pequeno estudo publicado pelo Journal of Clinical Gastroenterology
A doença inflamatória intestinal (DII) é um distúrbio intestinal inflamatório idiopático1 crônico2 associado à disbiose3 fecal. A dieta é uma opção terapêutica4 potencial para a DII com base na hipótese de que a alteração da disbiose3 fecal poderia diminuir a inflamação5 intestinal.
Pacientes pediátricos com DII leve a moderada, definidos pelo índice de atividade da doença de Crohn6 pediátrica (PCDAI 10-45) ou pelo índice de atividade da colite7 ulcerativa pediátrica (PUCAI 10-65) foram incluídos em um estudo prospectivo8 usando uma Dieta Específica de Carboidratos (SCD). Os pacientes iniciaram a dieta com avaliações de seguimento na 2ª, 4ª, 8ª e 12ª semanas.os índices PCDAI/PUCAI e estudos laboratoriais foram avaliados.
Veja mais em "Doença de Crohn6. O que devemos saber sobre ela?" e "Colite7 ulcerativa: quais são as causas, os sintomas9 e como é o tratamento?"
Doze pacientes, com idades entre 10 e 17 anos, foram inscritos. O PCDAI médio diminuiu de 28,1 +/- 8,8 para 4,6 +/- 10,3 na 12ª semana. O PUCAI médio diminuiu de 28,3 +/- 23,1 para 6,7 +/- 11,6 na 12ª semana. A terapia dietética foi ineficaz para dois pacientes, enquanto dois indivíduos foram incapazes de manter a dieta. A proteína C reativa média diminuiu de 24,1 +/- 22,3 para 7,1 +/- 0,4 mg/L na 12ª semana na coorte10 de Seattle (nL<8,0 mg/L) e diminuiu de 20,7 +/- 10,9 para 4,8 +/- 4,5 mg/L na 12ª semana na coorte10 de Atlanta (nL<4,9 mg/L). A análise de microbiomas fecais mostrou uma disbiose3 distintiva para cada indivíduo na maioria dos microbiomas antes da dieta, com mudanças significativas na composição microbiana após a alteração dietética.
Concluiu-se que nesta população estudada, a terapia com SCD na DII está associada a melhorias clínicas e laboratoriais, bem como a alterações concomitantes do microbioma11 fecal. Outros estudos prospectivos são necessários para avaliar completamente a segurança e a eficácia da terapia dietética em pacientes com DII.
Segundo informações da Crohn’s & Colitis Foundation of America sobre a Dieta Específica de Carboidratos (SCD), não há evidências que sugiram que qualquer alimento ou dieta em particular provoque, previna ou cure a doença inflamatória intestinal (DII). Uma vez que cada pessoa afetada pela DII é única e ainda não há dieta específica que se encaixe para todos os pacientes. No entanto, uma dieta para DII que tem recebido atenção especial é a dieta específica de carboidratos. Esta dieta limita a ingestão de carboidratos mal digeríveis para diminuir sintomas9 como excesso de gases, cólicas12 e diarreia13. Esta dieta consiste principalmente de carnes, frutas, legumes, óleos, nozes e mel, e exclui os grãos e a maioria dos produtos lácteos. Até o momento, tem havido estudos científicos limitados sobre o uso da Dieta Específica de Carboidratos em relação à doença de Crohn6 e/ou colite7 ulcerativa. Os interessados em seguir este tipo de dieta devem consultar os seus médicos.
Leia também "Intolerância ao glúten14", "Intolerância à lactose15" e "Alergia16 alimentar".
Fonte: Journal of Clinical Gastroenterology, em 27 de dezembro de 2016