Mudanças irreversíveis nos genes de fumantes podem ser fator de risco permanente para câncer de pulmão, mesmo naquelas pessoas que largaram o vício
Noventa por cento das mortes provocadas por câncer1 de pulmão2 e 85% das mortes provocadas por bronquite e enfisema3 estão relacionadas ao fumo, segundo dados do Inca. Estudo publicado na revista BioMed Central Genomics conclui que alterações irreversíveis nos genes de fumantes podem ser fator de risco4 permanente para câncer1 de pulmão2, mesmo naquelas pessoas que largaram o vício.
Os pesquisadores usaram uma análise de expressão de genes (SAGE) e examinaram os efeitos do fumo em alterações genéticas, comparando as transcrições (processo pelo qual a informação genética é transferida para o local apropriado - ribossomo - e é traduzida) ocorridas em fumantes ativos, pessoas que nunca fumaram e pessoas que deixaram de fumar. Foram observadas tanto mudanças reversíveis quanto irreversíveis na expressão de genes.
A expressão de alguns genes relacionados ao hábito de fumar retornam a um estado semelhante ao de pessoas que nunca fumaram, enquanto a expressão de outros genes relacionados ao hábito de fumar permanece alterada, mesmo quando a pessoa abandona o hábito. Essas mudanças irreversíveis podem colaborar para o risco persistente de câncer1 de pulmão2, mesmo naquelas pessoas que largaram o vício. É o caso, por exemplo, dos genes PAK1, CCND1 e CCNG2, que se expressam em um nível muito mais baixo nas células5 de fumantes e ex-fumantes do que nas de pessoas que nunca fumaram. Quando funcionam bem, eles ajudam no ciclo celular e no conserto do DNA. Se o erro não é corrigido, ele aumenta a chance de uma pessoa apresentar algum tipo de câncer1.
Fonte: BioMed Central Genomics