Vacina contra picada do escorpião está sendo pesquisada pela UFMG com chances de sucesso
Iniciado em 1994, o estudo foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) e identificou a proteína não tóxica (TsNTxP-Tityus serrulatus non-toxic protein) purificada do veneno do escorpião, obtida depois de fracionar o veneno do T. serrulatus por um procedimento chamado cromatografia de filtração molecular, o que permitiu a separação de componentes letais, tóxicos e não-tóxicos.
O professor ressalta que a proteína não tóxica, quando utilizada como imunógeno em animais experimentais, foi capaz de induzir anticorpos2 que não só reconheciam as toxinas3 presentes no veneno, como também neutralizavam todos os efeitos tóxicos produzidos pelo envenenamento com o escorpião.
A pesquisa avalia as potencialidades terapêuticas e vacinais desses anticorpos2. Os pesquisadores estão estudando a melhor forma de desenvolver a vacina1, imunizando animais com TsNTxP na sua forma nativa (purificada do veneno), na sua forma recombinante (por meio de engenharia genética) e também com peptídeos sintéticos, previamente identificados na estrutura primária da TsNTxP, para produzir uma nova geração de antivenenos, explica o professor Chávez-Olórtegui.
No Brasil, 50% dos casos de picadas de escorpião ocorrem em Minas Gerais. São notificados cerca de 20 mil casos por ano, com 1,5% de óbitos.