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Segurança e eficácia do hormônio de crescimento como terapia antienvelhecimento são questionadas em revisão de literatura publicada no Annals of Internal Medicine

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A última edição da revista médica Annals of Internal Medicine publicou um estudo de revisão sobre o impacto da reposição de hormônio1 de crescimento (GH) na saúde2 de homens e mulheres. Realizado por pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, foram analisados 31 estudos científicos sobre o tema. A conclusão da revisão mostra que a literatura publicada e revisada para avaliar a utilização do hormônio1 de crescimento (GH) no envelhecimento saudável está associada a pequenas modificações na composição corporal e aumento de efeitos adversos. Com base nessas evidências, o GH não deve ser recomendado para terapia antienvelhecimento.

Os autores coletaram estudos da MEDLINE e EMBASE em língua3 inglesa publicados desde novembro de 2005 usando os termos hormônio1 de crescimento e envelhecimento.

Os participantes dos estudos foram pessoas com idade média de 69 anos e com sobrepeso4 (índice de massa corporal5 maior que 28). A dose média de GH usada foi de 14 microgramas por quilo de peso e a duração do tratamento foi, em média, 27 semanas. Nos participantes tratados com GH, comparados aos não tratados, a massa gorda6 diminuiu e a massa magra7 aumentou, mas o peso não mudou significativamente. O nível total de colesterol8 diminuiu, embora não significativamente depois de ajustes nas mudanças da composição corporal. Densidade de massa óssea e outros níveis de lipídeos não sofreram modificações. Pessoas tratadas com GH foram significativamente mais propensas a apresentar edema9, artralgias10, síndrome11 do túnel do carpo e ginecomastia12, além de diabetes mellitus13 e alterações dos níveis glicêmicos.

O hormônio1 do crescimento é responsável, dentre outras funções, pelo controle da multiplicação celular, pela distribuição de gordura14 e pela formação de músculos15. Com a idade, sua produção tende a diminuir - o que não significa necessariamente que doses extras deste hormônio1 possam deter a ação do tempo sobre o organismo.

Embora largamente utilizado como terapia antienvelhecimento, seu uso não é aprovado para este propósito pelo FDA (Food and Drug Administration) e sua distribuição como agente antienvelhecimento é ilegal nos Estados Unidos. Oficialmente a terapia de reposição de GH é indicada apenas para crianças com baixa estatura por deficiência da substância e para adultos com queda hormonal grave.


Fonte: Annals of Internal Medicine

NEWS.MED.BR, 2007. Segurança e eficácia do hormônio de crescimento como terapia antienvelhecimento são questionadas em revisão de literatura publicada no Annals of Internal Medicine. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/10470/seguranca-e-eficacia-do-hormonio-de-crescimento-como-terapia-antienvelhecimento-sao-questionadas-em-revisao-de-literatura-publicada-no-annals-of-internal-medicine.htm>. Acesso em: 3 dez. 2024.

Complementos

1 Hormônio: Substância química produzida por uma parte do corpo e liberada no sangue para desencadear ou regular funções particulares do organismo. Por exemplo, a insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que diz a outras células quando usar a glicose para energia. Hormônios sintéticos, usados como medicamentos, podem ser semelhantes ou diferentes daqueles produzidos pelo organismo.
2 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
3 Língua:
4 Sobrepeso: Peso acima do normal, índice de massa corporal entre 25 e 29,9.
5 Índice de massa corporal: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
6 Massa gorda: É a porção de massa do organismo constituída de gordura armazenada (encontrada no tecido subcutâneo) e gordura essencial (encontrada nas vísceras, responsável pelo funcionamento fisiológico normal). A massa gorda é o resultado em quilos do percentual de gordura existente no organismo. Por exemplo, um indivíduo de 100 quilos e com percentual de gordura de 38%, pode ter o valor da massa gorda calculado em 38 quilos.
8 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
9 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
10 Artralgias: Dor em articulações.
11 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
12 Ginecomastia: Aumento anormal de uma ou ambas as glândulas mamárias no homem. Associa-se a diferentes enfermidades como cirrose, tumores testiculares, etc. Em certas ocasiões ocorrem de forma idiopática.
13 Diabetes mellitus: Distúrbio metabólico originado da incapacidade das células de incorporar glicose. De forma secundária, podem estar afetados o metabolismo de gorduras e proteínas.Este distúrbio é produzido por um déficit absoluto ou relativo de insulina. Suas principais características são aumento da glicose sangüínea (glicemia), poliúria, polidipsia (aumento da ingestão de líquidos) e polifagia (aumento da fome).
14 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
15 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
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