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Níveis mais altos de folato estão associados à redução de risco para Doença de Alzheimer

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Estudo publicado na edição de janeiro do Archives of Neurology mostra que pesquisadores da Columbia University Medical Center, em Nova York, descobriram que maiores níveis de folato no organismo estão associados à diminuição do risco de desenvolvimento da Doença de Alzheimer1.

Participaram do estudo longitudinal 965 indivíduos com 65 anos de idade ou mais que não tinham demência2 e apresentavam maior prevalência3 de fatores de riscos cardiovasculares. Os pesquisadores observaram que níveis mais altos de folato estavam associados a um menor risco de Doença de Alzheimer1.

O total de ingestão e de suplementos de vitaminas B6, B12, folato e as quilocalorias foram estimados por respostas em questionários. O seguimento dos indivíduos foi feito a cada 18 meses, por um período de 6 anos e meio. A média de ingestão de folato, vitamina4 B12 e vitamina4 B6 foi de 446 µg, 12.6 µg e 7,1 mg respectivamente.

Durante este tempo, 192 indivíduos desenvolveram Doença de Alzheimer1. O diagnóstico5 foi feito após consenso entre 5 especialistas usando critérios padrão de diagnóstico5. Quando os participantes foram divididos em 4 grupos, de acordo com os níveis de folato, os pesquisadores observaram que o risco para Doença de Alzheimer1 era menor no grupo em que os níveis de folato eram maiores e que esta associação era estatisticamente significante.

A hipótese inicial do estudo era de que uma maior ingestão de folato e de vitaminas B6 e B12 (as quais reduzem a homocisteína - conhecido fator de risco6 para doença cardiovascular e derrame7 que pode estar associada a um risco maior de Doença de Alzheimer1) resultaria em um menor risco de Doença de Alzheimer1. Os pesquisadores também observaram uma associação fraca entre homocisteína e risco de Doença de Alzheimer1

De acordo com os resultados, não existe redução de risco associado aos níveis de vitaminas B6 e B12. No entanto, encontraram uma associação entre os níveis aumentados de folato e a redução do risco para esta doença.

Além disso, eles acharam que, isolados, o folato presente na dieta ou em suplementos não está ligado à redução do risco, mas a combinação dos dois produziu efeito protetor.

Os autores alertam que este é um estudo observacional e que devem ser feitos estudos randomizados e controlados para inferências de causa e efeito. Eles falam sobre um trabalho publicado em abril de 2005 no Archives of Neurology sugerindo que a ingestão aumentada de folato está associada a um risco maior de declínio cognitivo8. Estes resultados conflitantes alertam para a necessidade de novos estudos na área.

Fonte: Archives of Neurology

NEWS.MED.BR, 2007. Níveis mais altos de folato estão associados à redução de risco para Doença de Alzheimer. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/10457/niveis-mais-altos-de-folato-estao-associados-a-reducao-de-risco-para-doenca-de-alzheimer.htm>. Acesso em: 25 abr. 2024.

Complementos

1 Doença de Alzheimer: É uma doença progressiva, de causa e tratamentos ainda desconhecidos que acomete preferencialmente as pessoas idosas. É uma forma de demência. No início há pequenos esquecimentos, vistos pelos familiares como parte do processo normal de envelhecimento, que se vão agravando gradualmente. Os pacientes tornam-se confusos e por vezes agressivos, passando a apresentar alterações da personalidade, com distúrbios de conduta e acabam por não reconhecer os próprios familiares e até a si mesmos quando colocados frente a um espelho. Tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação inviabiliza-se e passam a necessitar de cuidados e supervisão integral, até mesmo para as atividades elementares como alimentação, higiene, vestuário, etc..
2 Demência: Deterioração irreversível e crônica das funções intelectuais de uma pessoa.
3 Prevalência: Número de pessoas em determinado grupo ou população que são portadores de uma doença. Número de casos novos e antigos desta doença.
4 Vitamina: Compostos presentes em pequenas quantidades nos diversos alimentos e nutrientes e que são indispensáveis para o desenvolvimento dos processos biológicos normais.
5 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
6 Fator de risco: Qualquer coisa que aumente a chance de uma pessoa desenvolver uma doença.
7 Derrame: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
8 Cognitivo: 1. Relativo ao conhecimento, à cognição. 2. Relativo ao processo mental de percepção, memória, juízo e/ou raciocínio. 3. Diz-se de estados e processos relativos à identificação de um saber dedutível e à resolução de tarefas e problemas determinados. 4. Diz-se dos princípios classificatórios derivados de constatações, percepções e/ou ações que norteiam a passagem das representações simbólicas à experiência, e também da organização hierárquica e da utilização no pensamento e linguagem daqueles mesmos princípios.
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