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Alimentação na adolescência e início da idade adulta pode ser fundamental na prevenção do câncer de mama: estudo de coorte de base populacional

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Com o objetivo de avaliar a associação entre a ingestão de frutas e vegetais durante a adolescência e início da idade adulta e o risco de câncer1 de mama2, foi realizado um estudo de coorte3, prospectivo4, publicado pelo British Medical Journal (BMJ).

A pesquisa contou com a participação de 90476 mulheres na pré-menopausa5, com idades entre 27 e 44 anos, a partir do Nurses’ Health Study II, que completaram um questionário sobre dieta em 1991, assim como com 44223 dessas mulheres que completaram um questionário sobre sua dieta durante a adolescência em 1998.

As principais medidas foram a incidência6 de câncer1 de mama2 invasivo, identificada através de autorrelatório e confirmada através de laudo médico.

Os resultados mostraram 3235 casos de câncer1 de mama2 invasivo durante o seguimento até 2013. Destes, 1347 casos foram entre as mulheres que completaram um questionário sobre sua dieta durante a adolescência (13 a 18 anos). O consumo total de frutas durante a adolescência foi associado a um menor risco de câncer1 de mama2.

A taxa de risco foi de 0,75 (intervalo de confiança de 95% de 0,62 a 0,90; P=0,01 para tendência) para o mais alto quintil7 (ingestão média de 2,9 porções/dia) versus o quintil7 de menor ingestão (consumo médio de 0,5 porção/dia). A associação para a ingestão de frutas durante a adolescência foi independente da ingestão de frutas na idade adulta.

Não houve associação entre o risco e a ingestão total de frutas no início da idade adulta e a ingestão total de vegetais em ambas as fases, adolescência ou início da idade adulta. A ingestão maior de frutas e vegetais ricos em alfa caroteno em idade adulta precoce foi associada a menor risco de câncer1 de mama2 antes da menopausa5. A taxa de risco foi de 0,82 (0,70 a 0,96) para o mais alto quintil7 (ingestão mediana de 0,5 porção/dia) versus o menor quintil7 de ingestão (ingestão mediana de 0,03 porção/dia). A associação com a ingestão de frutas na adolescência foi mais forte para cânceres negativos para estrogênio e receptor de progesterona do que para os cânceres positivos para receptor de estrogênio e de progesterona (p=0,02 para heterogeneidade).

Para frutas e legumes específicos, o maior consumo de maçã, banana e uvas durante a adolescência e laranjas e couve durante início da idade adulta foi significativamente associado a um risco reduzido de câncer1 de mama2. A ingestão de suco de fruta na adolescência ou no início da idade adulta não foi associada ao risco.

Concluiu-se que existe uma associação entre a maior ingestão de frutas e o menor risco de câncer1 de mama2. As escolhas alimentares durante a adolescência podem ser particularmente importantes na prevenção do câncer1 de mama2.

 

Fonte: BMJ, de 11 de maio de 2016

NEWS.MED.BR, 2016. Alimentação na adolescência e início da idade adulta pode ser fundamental na prevenção do câncer de mama: estudo de coorte de base populacional. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/saude/979704/alimentacao-na-adolescencia-e-inicio-da-idade-adulta-pode-ser-fundamental-na-prevencao-do-cancer-de-mama-estudo-de-coorte-de-base-populacional.htm>. Acesso em: 18 mar. 2024.

Complementos

1 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
2 Mama: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
3 Estudo de coorte: Um estudo de coorte é realizado para verificar se indivíduos expostos a um determinado fator apresentam, em relação aos indivíduos não expostos, uma maior propensão a desenvolver uma determinada doença. Um estudo de coorte é constituído, em seu início, de um grupo de indivíduos, denominada coorte, em que todos estão livres da doença sob investigação. Os indivíduos dessa coorte são classificados em expostos e não-expostos ao fator de interesse, obtendo-se assim dois grupos (ou duas coortes de comparação). Essas coortes serão observadas por um período de tempo, verificando-se quais indivíduos desenvolvem a doença em questão. Os indivíduos expostos e não-expostos devem ser comparáveis, ou seja, semelhantes quanto aos demais fatores, que não o de interesse, para que as conclusões obtidas sejam confiáveis.
4 Prospectivo: 1. Relativo ao futuro. 2. Suposto, possível; esperado. 3. Relativo à preparação e/ou à previsão do futuro quanto à economia, à tecnologia, ao plano social etc. 4. Em geologia, é relativo à prospecção.
5 Menopausa: Estado fisiológico caracterizado pela interrupção dos ciclos menstruais normais, acompanhada de alterações hormonais em mulheres após os 45 anos.
6 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
7 Quintil: 1. Em estatística, diz-se de ou qualquer separatriz que divide a área de uma distribuição de frequência em cinco domínios de áreas iguais. O termo quintil também é utilizado, por vezes, para designar uma das quintas partes da amostra ordenada. 2. Em astronomia, é o aspecto de dois planetas distantes 72° entre si (distância angular correspondente a um quinto do Zodíaco). 3. Em matemática, é o mesmo que quíntico. A palavra quintil deriva do latim quintus, que significa quinto.
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