Cirurgia poupadora de adrenal é melhor do que a cirurgia clássica para pessoas com NEM2 e feocromocitoma, apresentado no European Congress of Endocrinology 2015
A cirurgia poupadora de adrenal permite que metade dos pacientes com neoplasia1 endócrina múltipla tipo 2 (NEM2) e feocromocitoma2 bilateral ganhem 10 anos sem insuficiência3 adrenal e ainda mantenham uma taxa de recorrência4 do tumor5 semelhante às taxas de pacientes que se submetem à adrenalectomia6 clássica (cirurgia radical). O estudo foi apresentado no European Congress of Endocrinology (ECE) 2015 pelo Dr. Frederic Castinetti, da Aix-Marseille University, em Marselha, França.
Com o tratamento precoce do carcinoma7 medular da tireoide8, a neoplasia1 endócrina múltipla tipo 2 tornou-se um exemplo de doença crônica com acompanhamento prolongado da possibilidade de diagnóstico9 do feocromocitoma2 e sua adequada gestão. Em qualquer doença genética em que feocromocitoma2 possa acontecer bilateralmente, a cirurgia tem sido baseada na adrenalectomia6 bilateral (mesmo na presença de um único feocromocitoma2) e em uma vida longa para o tratamento da insuficiência3 adrenal, como consequência.
Progressos têm sido feitos, escolhendo a adrenalectomia6 unilateral em casos de feocromocitoma2 unilateral, o que agora faz sentido. A cirurgia conservadora da adrenal é provavelmente mais um passo na tentativa de melhorar a qualidade de vida global desses pacientes. É uma opção valiosa bem descrita em pacientes com feocromocitoma2 e doença de Von Hippel Lindau. Determinar o interesse em tal abordagem terapêutica10 implica em levar em conta o risco de recorrência4 do tumor5, em comparação com o ganho em termos de preservação da função adrenal.
Além disso, assumir este risco de recorrência4 implica em caracterizar o potencial de malignidade do feocromocitoma2 hereditário, considerando que tecido11 hiperplásico medular permanecerá no organismo após a cirurgia conservadora. Os dados sobre pacientes com NEM2 são escassos na literatura, geralmente com base em um número reduzido de pacientes ou um curto período de acompanhamento, e isso pode explicar porque esta abordagem ainda não é considerada como padrão-ouro (quando tecnicamente possível).
Com base em um grande agrupamento de dados internacionais coletados, incluindo informações sobre 1.210 pacientes com neoplasia1 endócrina múltipla tipo 2, sendo mais de 500 com feocromocitoma2, determinou-se o resultado alcançado em pacientes que fizeram cirurgia conservadora da adrenal em comparação com a adrenalectomia6 clássica (cirurgia radical). Os resultados enfatizam a baixa taxa de insuficiência3 adrenal e um risco relativamente baixo de recidiva12 após um seguimento médio de 10 anos após a cirurgia poupadora da adrenal. Curiosamente, a taxa de recorrência4 foi comparável em doentes com adrenalectomia6 clássica, e, como esperado, a taxa de insuficiência3 adrenal foi muito superior com a abordagem clássica. A cirurgia conservadora da adrenal é, portanto, claramente uma opção terapêutica10 valiosa, desde que um acompanhamento prolongado e regular possa ser mantido.
Fonte: European Congress of Endocrinology, de 18 de maio de 2015