Pediatrics: uma criança é medicada equivocadamente a cada oito minutos, fora do hospital, nos EUA
Pesquisadores do Center for Injury Research and Policy at Nationwide Children’s Hospital, do Central Ohio Poison Center e do The Ohio State University College of Medicine, todos em Columbus, Ohio, realizaram uma análise retrospectiva com o objetivo de investigar os erros ocorridos com o uso de medicação fora do hospital, entre crianças menores de seis anos, nos Estados Unidos, de 2002 a 2012. Os dados analisados eram provenientes do banco de dados sobre envenenamentos National Poison Database System.
Durante o período analisado, 696.937 crianças menores de seis anos foram medicadas de maneira errada, fora do hospital, com uma média de 63.358 episódios por ano. Isso significa medicar equivocadamente uma criança a cada oito minutos. A taxa média anual de erros de medicação foi de 26,42 por 10.000 habitantes. Erros com medicações usadas para tosse e resfriado diminuíram significativamente, enquanto que o número (aumento de 42,9%) e a taxa de erro (aumento de 37,2%) de todos os outros tipos de medicamentos aumentaram significativamente durante o período de estudo. O número e a taxa de eventos de erros com medicações diminuíram com o aumento da idade da criança, sendo que as crianças com menos de um ano de idade responderam por 25,2% dos episódios. Analgésicos1 (25,2%) foram os mais comumente envolvidos em erros de medicação, seguidos por medicações para tosse e resfriado (24,6%). A ingestão errada representou 96,2% dos eventos e a falta de cuidado em tomar ou dar a medicação administrando-a por duas vezes foi de 27%. A maioria (93,5%) dos casos aconteceu fora de uma unidade de saúde2; 4,4% foram atendidos e liberados a partir de uma unidade de saúde2; 0,4% foram internados em unidade de terapia não intensiva; 0,3% foram internados em uma unidade de cuidados intensivos e 25 crianças morreram.
Este é o primeiro estudo abrangente para avaliar as características epidemiológicas dos erros de medicação ocorridos fora de um hospital, entre crianças com menos de seis anos de idade, em um nível nacional. São necessários maiores esforços para evitar erros com o uso de medicações, especialmente aquelas que envolvem analgésicos1, antitussígenos e medicações para resfriados entre crianças pequenas.
Fonte: Pediatrics, publicação online de 20 de outubro de 2014