Tabagismo no Brasil caiu 20% nos últimos seis anos, com maior queda entre os adolescentes, segundo dados de pesquisa da Unifesp
O tabagismo diminuiu significativamente no Brasil nos últimos seis anos, a queda é de cerca de 20%, segundo dados divulgados pela pesquisa II LENAD - Levantamento Nacional de Álcool e Drogas - Consumo de Tabaco no Brasil, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Esta diminuição foi maior entre os homens e os adolescentes. Apesar da queda, o número de cigarros fumados por dia passou de 12,9 em 2006 para 14,1 em 2012; com 96,5% dos fumantes relatando que fumam diariamente.
Esta é a divulgação da segunda fase da pesquisa, realizada inicialmente em 2006 e novamente em 2012, com uma maior amostragem. Foram 149 municípios brasileiros, 4.607 participantes de 14 anos ou mais, com índice de resposta ao questionário com 800 perguntas de 77%. A idade média de início de uso do cigarro foi de 16,2 mais ou menos cinco anos; com idade média de início e uso regular de 17,4 anos. A redução no consumo foi em média de 20%, com uma queda importante entre os adolescentes (menores de 18 anos) de 45%.
O comportamento de fumar diminuiu em todas as classes econômicas, exceto na classe A, na qual o tabagismo aumentou 110%. Entre os fumantes, a maioria deseja parar de fumar (90%), mas poucos têm real motivação, ou seja, possuem planos para deixar o cigarro (apenas 17%).
Em 2012, 15,6% da população brasileira declarou ser fumante, este índice era de 19,3% em 2006. A prevalência1 em 2012 foi de 72% de não fumantes, 17% de fumantes e 11% de ex-fumantes que pararam há seis anos, mais ou menos um ano. Entre os ex-fumantes; 79,8% pararam de fumar para melhorar a saúde2 e 6,4% para economizar dinheiro.
Os indicadores de dependência mostram que cerca de 25,3% dos fumantes fumam o primeiro cigarro do dia até cinco minutos depois de acordar; 67,8% acham difícil ou bem difícil passar um dia sem fumar e 63% tentaram parar e não conseguiram. A principal ajuda para parar de fumar vem de membros da família ou de amigos, seguidos de médicos, programas de tratamento do tabagismo, pastor ou curandeiro.
A maioria dos menores de idade que fuma não enfrenta nenhuma dificuldade para conseguir seus cigarros, sendo que 62% dos menores dizem que a idade NUNCA os impediu de comprar cigarros.
Existe grande aceitação nacional das leis de restrição de locais para fumantes.
Fonte: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (INPAD)